A alta no preço dos combustíveis de 6,67% em agosto foi o principal responsável pela variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina teve aumento de 7,19% e o etanol, de 5,71% no período – o indexador fechou com alta de 0,19%, ante um avanço de 0,24% registrado em julho.
A taxa é a mais baixa para meses de agosto desde 2010 (0,04%). O IPCA acumula taxa de 1,62% no ano, a menor acumulada para o período desde o início do Plano Real, em 1994. Em 12 meses, a taxa acumulada chega a 2,46%, abaixo do piso da meta de inflação, que é de 3%. O litro do etanol ficou, em média, 5,71% mais caro em agosto, enquanto a gasolina aumentou 7,19%, em razão da elevação na alíquota do PIS/Cofins em vigor desde julho e da política de reajustes de preços dos combustíveis nas refinarias praticada pela Petrobras.
Dentro do período de coleta do IPCA de agosto, foram anunciados 19 reajustes de preços da gasolina que, acumulados, resultam em um aumento de 3,40%. Os problemas climáticos nos Estados Unidos, que têm pressionado os preços dos combustíveis no mercado internacional em setembro, podem levar a novos repasses da Petrobras e repercutir mais uma vez no IPCA.
Os transportes foram o grupo de despesas com maior inflação (1,53%) e maior impacto na inflação de agosto. Outro grupo de despesas com alta de preços importante foi habitação, com inflação de 0,57%. Entre os itens que tiveram aumento de preços em agosto estão a energia elétrica residencial (1,97%) e a taxa de água e esgoto (1,78%). Por outro lado, o grupo de despesas alimentação e bebidas teve deflação (queda de preços) de 1,07% no mês e contribuiu para frear a inflação.
A alimentação em casa ficou 1,84% mais barata, apesar do aumento do custo da refeição fora de casa (0,35%). Entre os alimentos com as maiores quedas de preços estão o feijão-carioca (-14,86%), tomate (-13,85%), feijão-preto (-6,36%), açúcar cristal (-5,90%), alho (-5,83%), leite longa vida (-4,26%) e hortaliças (-3,68%). A energia elétrica ficou 1,97% mais cara em agosto, o que levou o item a um impacto de 0,07 ponto percentual sobre a inflação de 0,19%.
Em Ribeirão Preto, o litro do etanol já custa R$ 2,40 (R$ 2,399) nos postos sem-bandeira e R$ 2,50 (R$ 2,499) na maioria dos bandeirados da cidade. A gasolina é vendida por R$ 3,90 (R$ 3,899) e R$ 4 (R$ 3,999) e o óleo diesel, por R$ 2,95 (R$ 2,949) e R$ 3,50 (R$ 3,499), respectivamente.