O mais poderoso furacão já registrado no Oceano Atlântico atingiu as primeiras localidades no nordeste das Ilhas Caribenhas na madrugada desta quarta-feira. O “olho” do furacão passou pela ilha de Barbuda à 1h47 no horário local (2h47 em Brasília), segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. Foram registrados ventos de até 295 quilômetros por hora – velocidade que mantém o furacão na categoria 5, a mais alta da escala de classificação, conforme o Centro Nacional de Furacões norte-americano.
Moradores relataram, através de sistema de rádio, que as linhas telefônicas ficaram fora do ar assim que o fenômeno passou pela região. Chuva torrencial e ventos assustadores passaram também pela ilha vizinha de Antígua, onde a população se protege reforçando casas ou indo para abrigos organizados pelo governo. Somadas, Antígua e Barbuda têm cerca de 100 mil habitantes – 80% em Antígua, onde fica a capital Saint John’s.
O trajeto indica que o Irma vai em direção a Porto Rico, República Dominicana, Haiti e Cuba, antes de possivelmente atingir a Flórida no final de semana. A previsão é de que a velocidade dos ventos mantenha o Irma entre as categorias 4 e 5 por até mais dois dias. Os ventos mais perigosos, normalmente mais próximos ao “olho” do furacão, devem passar perto das Ilhas Virgens e ao norte de Porto Rico durante esta quarta-feira, segundo os meteorologistas.
Na Ilha de Antígua, com área total de 280 quilômetros quadrados, a maioria dos moradores de regiões mais baixas se abriga em casas de familiares e amigos em locais de maior altitude ou em abrigos organizados em igrejas, escolas ou prédios construídos especificamente para resistir a fortes ventos. Nenhum dos abrigos, no entanto, já foi testado por um furacão da categoria 5. Muitas casas da nação de Antígua e Barbuda – composta, no total, por 37 ilhas – não são construídas sobre fundações de concreto ou têm bases de madeira precárias.
Nos territórios dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump já declarou estado de emergência na Flórida, Porto Rico e nas Ilhas Virgens americanas. O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que mandou evacuar seis ilhas do sul do país, porque as autoridades não estarão preparadas para ajudar ninguém no vento “potencialmente catastrófico”, enchentes e tempestades. A população do sul deve ser deslocada para Nassau, a capital das Bahamas, a partir desta quarta-feira.
Quatro outros furacões já tiveram ventos tão fortes quanto do Irma no Atlântico, mas permaneceram no Mar do Caribe ou no Golfo do México, sem tocar territórios. O governador das Ilhas Virgens americanas, Kenneth Mapp, alertou que “não é o momento para sair e tentar se arriscar praticando surfe”. Fonte: Associated Press.