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A Colômbia e sua Literatura (21): Rafael Pombo 

Rosemary Conceição dos Santos* 

 

Rafael Pombo foi um ilustre autor colombiano que ficou conhecido por seus poemas, fábulas e contos infantis. Em suas obras se destacam a extraordinária sensibilidade para perceber o mundo e os modos de ser dos indivíduos, a linguagem simples e precisa e o senso de humor que nunca o deixa ser pessimista, por pior que seja a situação. Nascido em Bogotá, em 7 de novembro de 1833, Rafael Pombo cresceu em uma família que integrava a aristocracia crioula. Seu pai foi um conhecido político, militar e diplomata de Cartagena que, entre outras coisas, conseguiu aprovar o tratado Pombo-Michelena que definiu os limites com a Venezuela. Sua mãe, também de família de classe alta, já o trazia no ventre, há sete meses, quando chegou a Bogotá, vindo a ser o autor o quarto filho do casal. Por sua vez, sua tia paterna, Matilde, era mãe do famoso político e romancista colombiano Julio Arboleda. 

Durante a sua estadia na capital colombiana, Pombo viveu um período de alteração política e social, marcado especialmente pela consolidação da República e pela luta pela conquista da independência do país. Desde muito jovem demonstrou enorme interesse pela poesia e pela escrita. Na verdade, aos onze anos entrou no seminário de Bogotá para estudar latim e tornar-se um tradutor especialista de clássicos, sabendo muito claramente qual seria a sua vocação de adulto. Dentro da poesia, foi um dos mais importantes trovadores do romantismo latino-americano. 

Em 1855, com apenas 22 anos, Rafael Pombo mudou-se para os Estados Unidos para ocupar um cargo diplomático. Ao mesmo tempo, trabalhou para uma empresa nova-iorquina adaptando para o espanhol uma variedade de canções infantis de origem anglo-saxônica. Esta obra foi publicada em dois exemplares conhecidos como “Cuentos pintados para niños” e “Cuentos morales para niños formales”, começando a demonstrar seu talento para narração e prosa. Após dezessete anos de residência em solo norte-americano, o escritor retornou a Bogotá para trabalhar como tradutor e jornalista, acabando por fundar jornais como El Cartucho e El Centro. Em 6 de fevereiro de 1912, substituiu Manuel María Mallarino como membro da Academia Colombiana de Línguas, tornando-se secretário vitalício. Posteriormente, seu estado de saúde começou a piorar progressivamente até que, em 5 de maio de 1912, foi oficializada sua morte, sendo sepultado no Cemitério Central de Bogotá. Após sua morte, dezenas de obras poéticas que ele escreveu e não publicou foram encontradas no cômodo de sua casa. Para homenagear sua vida e obra, em 20 de agosto de 1905 foi coroado Poeta Nacional da Colômbia. 

Marca sua obra uma grande diversidade de temas e gêneros literários abordados. Apesar de ser considerado poeta, tradutor e também diplomata, sua figura é lembrada principalmente por sua contribuição à literatura infantil, já que quase não publicou nenhuma de suas poesias em vida. Suas fábulas costumam esconder uma moral usada como ferramenta educacional. Nelas, histórias curtas com animais antropomórficos, como leões, ratos e tartarugas, que enfrentam desafios e aprendem lições valiosas, apresentam uma moral ou lição de vida. As fábulas de Pombo são conhecidas por sua simplicidade e clareza, tornando-as acessíveis para crianças e adultos. Algumas das histórias mais populares incluem “O Rato da Cidade e o Rato do Campo”, que ensina sobre a importância da humildade e gratidão, e “A Lebre e a Tartaruga”, que ensina sobre a importância da perseverança e do trabalho árduo. Além disso, a fantasia, as aventuras, os mistérios e as surpresas são fundamentais para o desenvolvimento de suas histórias, em grande parte traduzidas para vários idiomas. Seus poemas também foram utilizados em outras artes, como música, teatro e literatura, constituindo-se, até hoje, em uma fonte de aprendizado e inspiração para muitas pessoas. 

Entre suas fábulas mais famosas encontramos “La pobre viejecita” (A Pobre Velha) e “El enacuajo passeador” (O Girino Andante). “La pobre viejecita” (A pobre velha) é um de seus poemas mais conhecidos. Com humor e ironia, Pombo mostra um pedaço da alma humana, contrastando a riqueza e a riqueza material da velha com sua pobreza espiritual e moral. 

 

Professora Universitária* 

 

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