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IPCA fecha fevereiro em 1,31% 

Resultado é o mais alto para mês de fevereiro desde 2003, quando fechou em 1,57%, e o maior desde março de 2022, quando ficou em 1,62% 

A inflação de 1,31% em fevereiro foi puxada pelas altas nos preços da energia elétrica residencial (16,80% e impacto de 0,56 ponto percentual) (Reprodução)

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) disparou de 0,16% em janeiro para 1,31% em fevereiro, alta de 1,15 ponto percentual – ante elevação de 0,52% em dezembro, 0,39% em novembro, de 0,56% em outubro e 0,44% em setembro. Havia fechado o segundo mês de 2024 em 0,83%

É a maior alta para o mês desde fevereiro de 2003, quando fechou em 1,57%, e a inflação mais elevada desde março de 2022, quando havia subido 1,62%. Os números oficiais da inflação foram divulgados nesta quarta-feira, 12 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa acumulada pela inflação no ano subiu a 1,47%, de acordo com o IBGE, contra 1,25% do primeiro bimestre de 2024. O IPCA acumulado em doze meses ficou em 5,06%, depois de arrefecer por dois meses seguidos – era de 4,56% até janeiro, ante 4,83% até dezembro e 4,87% até novembro, de acordo com o IBGE. É a mais alta desde setembro de 2023, quando estava em 5,19%.

Está 0,56 ponto percentual acima do teto da meta de inflação estimado pelo Banco Central (BC), de 4,50%. A inflação perseguida pelo Banco Central continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (de 1,50% a 4,50%). Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,78% em janeiro para uma alta de 0,82% em fevereiro. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma queda de 1,52% em janeiro para uma elevação de 3,16% em fevereiro.

No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 5,57% em janeiro para 5,32% em fevereiro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 2,87% em dezembro para 5,19% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Itens – A inflação de 1,31% em fevereiro foi puxada pelas altas nos preços da energia elétrica residencial (16,80% e impacto de 0,56 ponto percentual), gasolina (2,78% e 0,14 p.p.), ensino fundamental (7,51% e 0,12 p.p.), ensino superior (4,11% e 0,07 p.p.), café moído (10,77% e 0,06 p.p.), aluguel residencial (1,36% e 0,05 p.p.) e ovo de galinha (15,39% e 0,04 p.p.).

Também subiram os preços de ônibus urbano (alta de 3,00% e contribuição de 0,03 ponto percentual), condomínio (1,33% e 0,03 p.p.), ensino médio (7,27% e 0,03 p.p.), etanol (3,62% e 0,02 p.p.), plano de saúde (0,57% e (0,02 p.p.) e pré-escola (7,02% e 0,02 p.p.).

A inflação de fevereiro só não foi mais elevada porque houve queda nos preços da passagem aérea (-20,46% e impacto negativo de 0,16 ponto percentual para  IPCA), cinema, teatro e concertos (-6,96% e -0,03 p.p.), arroz (-1,61% e -0,01 p.p.) e leite longa vida (-1,04% e -0,01 p.p.).

Outras baixas ocorreram nos preços da batata-inglesa (queda de 4,10% e contribuição negativa de 0,01 p.p.), banana-d’água (-5,07% e -0,01 p.p.), laranja-pera (-3,49% e -0,01 p.p.) e óleo de soja (-1,98% e -0,01 p.p.). O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um (R$ 1.518) e 40 salários mínimos (R$ 60.720).

Difusão – O índice de difusão, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 65% em janeiro para 61% em fevereiro. A difusão de itens alimentícios passou de 71% em janeiro para 55% em fevereiro. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 60% em janeiro para 65% em fevereiro.

Grupos – Oito dos nove grupos que integram o (IPCA registraram alta de preços em fevereiro. Vestuário ficou estável (zero por cento, sem impacto). Aos principais avanços foram registrados em Educação (4,70%, impacto de 0,28 ponto percentual), Habitação (4,44%, contribuição de 0,65 p.p.) e Alimentação e bebidas (0,70% e 0,15 p.p.).

Também subiram os preços de Transportes (0,61%, 0,13 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,49% e impacto de 0,07 ponto percentual), Artigos de residência (0,44% e contribuição de 0,01 p.p.), Comunicação (0,17% e impacto de 0,01 ponto) e Despesas pessoais (alta de 0,13% e contribuição de 0,01 p.p.)

INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 1,48% em fevereiro, após ter ficado estável em janeiro. No segundo mês do ano passado, tinha sido de 0,81%. Como resultado, o índice acumula elevação de 1,48% no ano. A taxa em doze meses teve alta de 4,87%, ante 4,17% até o mês anterior. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

A inflação por grupos
Alimentação – O grupo Alimentação e bebidas saiu de um avanço de 0,96% em janeiro para alta de 0,70% em fevereiro, sexto aumento consecutivo apurado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. O grupo contribuiu com 0,15 ponto percentual para a taxa de 1,31% do IPCA do último mês.

A alimentação no domicílio aumentou 0,79% em fevereiro, ante 1,07% em janeiro. Os destaques foram os aumentos nos preços do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%). Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).

A alimentação fora do domicílio aumentou 0,47% em fevereiro, contra 0,67% em janeiro, de acordo com o IBGE. O lanche subiu 0,66% (contra alta de 0,94% no mês anterior), enquanto a refeição fora de casa avançou 0,29% (havia subido 0,58% nos primeiros 31 dias do ano.

Transportes – Os gastos das famílias com Transportes recuaram de 1,30% em janeiro para 0,61% em fevereiro (impacto de 0,13 ponto percentual). O reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual, influenciou o aumento de 2,89% nos combustíveis (ante 0,75% do mês anterior).

A gasolina ficou 2,78% mais cara (subiu 0,61% em janeiro) e representou a segunda maior pressão em todos os produtos e serviços pesquisados pelo IBGE – impacto de 0,14 ponto percentual. O óleo diesel subiu 4,35% (0,97% em janeiro) e o etanol, 3,62% (após aumento de 1,82% no mês anterior).

O impacto da gasolina é maior que o dos demais combustíveis, pois é um produto que tem mais peso na cesta de consumo das famílias. O gás veicular caiu 0,52% em fevereiro, contra alta de 0,43% de janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Habitação – As famílias brasileiras gastaram 4,44% a mais com Habitação, contribuição de 0,65 ponto percentual para o IPCA, após queda de 3,08% em janeiro (-046 p.p.) A alta da energia elétrica, de 16,8%, foi o que mais pressionou a inflação, após queda de 14,21% no mês anterior.

Essa variação em fevereiro representa impacto de 0,56 ponto percentual no índice. A explicação está no efeito estatístico causado pelo fim do Bônus Itaipu – desconto que os brasileiros receberam na conta de luz em janeiro e fez com que a inflação daquele mês ficasse em 0,16%.

“O subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”, explica o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves. Ele diz que se o impacto da energia elétrica fosse retirado do cálculo, a inflação teria sido de 0,78%, o maior desde fevereiro de 2024 (0,83%). 

Educação – O grupo Educação saiu de um avanço de 0,26% em janeiro para alta de 4,70% em fevereiro e contribuiu com 0,28 ponto percentual para a taxa de 1,31% do IPCA do último mês. A maior contribuição veio do aumento de 5,69% nas mensalidades dos cursos regulares.

Isso acontece por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As variações mais agudas ocorreram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%). “Educação todo mês de fevereiro tem essa sazonalidade”, lembra Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE. 

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