Tribuna Ribeirão
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Um dia você vai ter um… pet-robô! 

Conceição Lima * 
 
Que fofura! Idêntico a um de verdade… melhor até! Sabe ronronar e se esfregar no dono (se for um gato) ou abanar o rabinho e lamber (se for um cachorro). E ainda pode superar infinitamente a realidade em termos de beleza animal, cruzamento de raças e outros quesitos de aparência. Só vantagens! Não estraga os pertences do dono, não foge de casa, não desobedece, nem late, mia etc. na hora errada. Não precisa de treinamento para fazer xixi ou o número dois no local adequado. Aliás, nem faz nada disso… Também não come, nem bebe, só gasta energia elétrica ou pilha. O mais importante: não fica doente, não morre, nem precisa banhar-se, cortar as unhas ou ser tosquiado semanalmente. Também os pelos (ou penas etc.) não vão causar alergia em ninguém. 
 
Quando você sair de viagem, nada de pagar hotelzinho! É só desligar o pet-robô e nem se preocupar mais com ele. Durante o passeio diário, é ele que pode guiá-lo melhor do que você mesmo. Aliás, quem vai precisar do passeio é você e não ele. São tantas as vantagens… A não ser que você seja cismado com robôs e não queira tê-los de jeito nenhum! 
 
Os pets de carne e osso provavelmente não vão gostar nada dessa novidade tecnológica. Recentemente, um vídeo viralizou na Internet, ao exibir um encontro totalmente inusitado e impossível até alguns anos atrás, entre um grupo de filhotes caninos e um cão-robô. Os espectadores ficaram divididos entre fascínio e estranheza.No vídeo, os filhotes se aproximam do robô, farejam-no e o observam com desconfiança. Alguns inclinam a cabeça, outros recuam quando a máquina começa a se mover.Com certeza eles sabem que o intruso não tem mesmo alma! Já o cão mecânico reage com movimentos suaves e até sons simulados, tentando interagir com os animais biológicos. 
 
Eis aí um vislumbre do futuro da Robótica; aliás, um futuro que já se faz presente. Parece que a era dos robôs está chegando para ficar. Na área da segurança, inclusive, já chegou: do patrulhamento à guerra, a tecnologia dos cães-robôs está avançando rapidamente, com aplicações que vão das egurança pública e privada até o uso militar. Consta que um dos modelos mais conhecidos, o Spot, da Boston Dynamics, já está sendo utilizado pelo serviço secreto norte-americano para reforçar a segurança do Presidente Donald Trump. Equipado com sensores avançados, Inteligência Artificial e capacidade de patrulhamento autônomo, o cão robótico auxilia na identificação de ameaças e no monitoramento de áreas estratégicas. 
 
Para não ficar para trás na guerra econômico-ideológica, também o exército chinês está explorando uma vertente ainda mais agressiva desses robôs caninos. Vídeos recentes têm mostrado os tais cães-robôs chineses armados com rifles automáticos, prontos para disparar com precisão e operar de forma autônoma em missões militares. Além disso, versões menores dessas máquinas estão sendo usadas para reconhecimento de campo, capturando imagens detalhadas e auxiliando na estratégia de combate. 
 
Quanto aos pets-robôs propriamente ditos, ainda não há notícias concretas a respeito. Mas, não tenham dúvidas, eles vão aparecer mais dias, menos dias. Imaginem o montante do faturamento de quem se dispuser a colocar em prática tal ideia! Rios de dinheiro… Porque comprar e manter um pet tradicional hoje em dia exige uma fortuna, além de uma paciência de . Tecnologia é o que não falta. 
 
Poderemos contar com várias espécies, desde as mais comuns e tradicionais (cães, gatos, coelhos, hamsters, porquinhos-da-índia, papagaios, periquitos, calopsitas, canários, peixes), até as mais exóticas (lagartos, tartarugas, cobras, sapos, ouriços ou até insetos, como formigas em formigueiros artificiais). Só não vale barata! Poderemos ter até a coleção inteira, pois ninguém vai comer ou agredir um ao outro. 
 
Será que deveríamos pressionar alguma startup para andar logo com a coisa? De minha parte, aprovo totalmente a ideia. Já estou até sonhando com o meu pet-robô… um lindo canário amarelo que não somente trina maravilhosamente, mas pode até cantar as minhas canções preferidas, com as vozes originais dos respectivos cantores. E sem gaiola, é claro, no parapeito da minha janela, alegrando cada amanhecer… 
 
* Professora de ensino superior aposentada, escritora e palestrante, é membro eleito da Academia Ribeirãopretana de Letras e fundadora da Academia Feminina Sul-Mineira de Letras 

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