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Ainda Estamos Polarizados 

André Ali Mere *
andré[email protected] 

Os últimos 10 anos têm sido marcado por turbulências políticas e uma intranquilidade institucional. Os poderes constituídos, sejam eles Executivo, Legislativo e Judiciário pecam por falta e excessos.

A corrupção, o crime organizado e a criminalidade urbana são mazelas que afetam o dia-a-dia de cada um de nós.

A operação Lava Jato, que expôs um grande esquema e corrupção entre políticos e grandes empresas, foi sendo pouco a pouco liquidada principalmente por decisões monocráticas de ministros do STF.

Excessos por parte de juízes e procuradores do MPF não anulam a corrupção deslavada e amplamente comprovada. Afinal, recursos desviados foram devolvidos aos milhões! A sensação de impunidade é gritante. O que pensa o homem comum? Depredar o Supremo? Certamente não.

Na esteira do enfraquecimento de partidos políticos tradicionais e como consequência de anos de corrupção e favorecimentos ilícitos surge o candidato Bolsonaro. Embora com discurso antipolítica, já era parlamentar há décadas. Com sua eleição em 2018, cristaliza-se o antipetismo, agora personalizado na figura do ex-presidente.

De forma simplista, porém verdadeira, Lula levou Bolsonaro à presidência em 2018 e Bolsonaro levou Lula de volta à presidência em 2022. Temos então o lulopetismo e o bolsonarismo consagrados como polos que disputam o cenário político nacional.

Embora com pautas distantes, essas duas correntes se encontram, em alguns momentos num populismo danoso às finanças públicas.

O PT foi contra todas as reformas dos anos 90, sejam elas a do Plano Real, previdenciária, privatizações e controle de gastos públicos. Bolsonaro, quando deputado, votou contra a Reforma da Previdência e ainda sabotou seu ministro da Economia, Paulo Guedes, quando da reforma recente.

A política não demanda paixões. A história exemplifica. Getúlio Vargas se suicidou. Jânio Quadros renunciou e acabou gerando o Movimento de 64. E 26, o que nos espera. Mais do mesmo? Repetindo 2018 e 2022? Esperamos que a Lucidez volte ao debate público.

A propósito do título deste artigo, Walter Salles Jr, diretor do festejado filme “Ainda Estou Aqui”, acaba de ser cancelado por grupos chamados identitários por ser descendente de escravocratas.

* Administrador de empresas, advogado e empresário 

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