Por: Adalberto Luque
Um exame de DNA confirmou que o sangue encontrado em na camiseta abandonada por um dos assaltantes de um policial militar aposentado era mesmo do homem preso em Londrina (PR), em dezembro de 2024. O resultado teria sido divulgado nesta quarta-feira (19). Emerson Pereira da Silva sempre negou ter participado do crime.
Com a confirmação do material genético, a Polícia Civil não tem dúvidas de que ele é um dos três assaltantes que trocaram tiros com o PM aposentado Dariê Alves Tremura e seu enteado Rafael Bernardes Farias, que recolhiam um malote com dinheiro. O crime ocorreu em fevereiro do ano passado e Tremura morreu pouco depois.
Na troca de tiros, um dos assaltantes foi ferido. Imagens de câmeras de segurança mostram ele correndo pelas ruas do Centro de Ribeirão Preto de camiseta branca. Depois ele aparece em outras câmeras usando uma camiseta preta, monta na moto do comparsa e foge.
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A camiseta branca, com sangue, foi recolhida pela Polícia Civil. Durante a prisão de Silva, em 12 de dezembro, na cidade de Londrina (PR), ele negou participação no crime. O suspeito foi preso ao chegar em um centro popular de compras, onde tem um box que vende acessórios para celular.
Apesar de continuar negando participação, o exame o coloca na cena do crime. Silva deve responder por homicídio, tentativa de homicídio e roubo (o revólver de Tremura foi roubado por um dos assaltantes). O crime pode até mudar para latrocínio, dependendo do entendimento do Ministério Público. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do suspeito.
Entenda o caso
Na manhã de 12 de fevereiro, o PM aposentado Dariê Alves Tremura, de 63 anos, e seu enteado Rafael Bernardes Farias, de 36 anos, recolhiam um malote em um posto de recarga de cartões do transporte coletivo, na Rua Tibiriçá, quase esquina com Rua Américo Brasiliense, Centro de Ribeirão Preto.
Por volta de 08h10, pelo menos três homens tentaram roubar o malote, que tinha R$ 23 mil. Farias, ao ver o assaltante rendendo o padrasto, teria reagido e houve intensa troca de tiros. Um homem de macacão verde disparou várias vezes contra Tremura e Farias e roubou a arma do PM aposentado. Outro homem também teria disparado e foi ferido por Farias.
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Um dos assaltantes fugiu na direção da Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto. O outro, ferido na troca de tiros, fugiu em direção à Rua São Sebastião. O terceiro subiu na moto, avançou pela praça em frente ao local e tomou rumo ignorado.
Câmeras de segurança mostraram que ele voltou para a Rua São Sebastião, para apanhar o comparsa que fugiu correndo. Esse homem já havia trocado de camisa, deixando a que tinha sangue jogada na rua.
Depois eles seguiram em direção ao Mercado Municipal e, de lá, tomaram rumo ignorado. Na ocasião, em entrevista, o delegado responsável pelas investigações, Targino Donizete Osório, levantou a possibilidade de os criminosos serem de fora, pois não foram reconhecidos em registros fotográficos criminais ou por informantes.
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Farias, enteado de Tremura, ficou vários dias internado, mas se recuperou. Na madrugada seguinte ao crime, a Polícia Militar prendeu um homem em Serrana. Ele foi interrogado e liberado. A Polícia agora quer identificar e localizar os outros dois homens que participaram da morte de Tremura.
A Polícia Civil, no curso das investigações, confirmou que o suspeito passou por atendimento médico em um hospital de Londrina (PR), distante 466 km de Ribeirão Preto, no mesmo dia do crime.