As vendas do comércio varejista de Ribeirão Preto cresceram 4% em dezembro na comparação com o mesmo período de 2023, quando a alta foi de apenas 1%. O resultado positivo interrompeu uma sequência de duas quedas seguidas, de 1% em novembro e 3,5% em outubro. Avançou 0,5% em setembro e agosto e 1,5% em julho, após três baixas consecutivas.
O Natal, a melhor data sazonal do setor, ajudou a elevar as vendas em Ribeirão Preto. O levantamento é do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV). O comércio registrou crescimento médio de 0,72% no acumulado de 2023, em comparação com 2022. O balanço do ano passado ainda não foi divulgado.
Os negócios dispararam 7,3% em janeiro, desaceleraram a 3,1% em fevereiro, encerraram março com alta tímida de 1,5% e emplacaram a primeira queda do ano em abril, de 2%. Depois recuaram 3,5% em maio e fecharam junho no vermelho, com déficit de 1%.
O CPV é mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). “Nas primeiras semanas de dezembro, o consumidor pesquisou mais e ficou atento aos melhores preços e promoções”, diz Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV.
“O maior pico de vendas ocorreu entre o recebimento da segunda parcela do décimo terceiro salário (no dia 20) e a véspera de Natal (24). Logo após o Natal (25), já nos últimos dias de dezembro, houve uma grande acomodação”, relata o pesquisador.
Ainda segundo Galli, os segmentos mais tradicionais (e mais procurados) no período natalino foram decisivos para o resultado positivo, tais como roupas, calçados, acessórios, brinquedos e eletrônicos. “Isso confirma que os consumidores foram mais conservadores”, afirma.
“Procuraram a melhor relação custo/benefício tentando acertar, ao máximo, na escolha dos presentes. O fato de Ribeirão Preto ser um polo regional de consumo também ajudou. Se considerarmos o resultado de dezembro de 2023, quando o crescimento foi de apenas 1% de crescimento (comparando com o mesmo período de 2022), alcançamos uma importante recuperação em dezembro de 2024”.
“Isso em meio às graves dificuldades enfrentadas pelo comércio tradicional, especialmente nos eixos varejistas no Centro e nas avenidas Dom Pedro I (Ipiranga), Saudade (Campos Elíseos), Treze de Maio (Jardim Paulista) e Nove de Julho/Boulevard, diretamente impactados pelos corredores de ônibus e demais obras” emenda.
“Em condições normais, o desempenho provavelmente teria sido muito melhor”, diz. O CPV apurou que, em dezembro, a média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas no varejo de Ribeirão Preto apresentou alta de 2%, percentual abaixo do esperado.
“Nesse final de 2024, a maior parte dos empreendedores optou por tentar, ao máximo, utilizar a equipe que já tinha. Só contrataram temporários quando foi realmente necessário e, ainda assim, tiveram dificuldade para preencher as vagas devido à escassez de profissionais qualificados no mercado”, observa o pesquisador. Diz que mutirões de emprego foram importantes para o setor..
Confiança – Com o resultado positivo de dezembro, o Índice Sincovarp/CDL RP de Confiança do Varejo voltou a subir. Considerando o futuro dos negócios nos próximos três meses (no curto prazo) em uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o nível médio de confiança dos lojistas, em dezembro, ficou em 2,5 pontos (ante 2,1 pontos na pesquisa anterior). Considerado de pessimista para regular.
Com base na mesma escala, o nível médio de confiança para o longo prazo (considerando os próximos doze2 meses) também voltou a subir em dezembro. Ficou em 2,7 pontos (ante 2,5 pontos na pesquisa anterior). Considerado regular.
“A pesquisa também conseguiu capturar o otimismo trazido pela flexibilização das regras de diversos corredores de ônibus a partir do primeiro dia de 2025. Foram recriadas vagas de estacionamento rotativo entre os horários de pico. Isso, com certeza, influenciou na retomada da confiança”, finaliza Diego Galli Alberto.