Tribuna Ribeirão
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A imprescindível moderação de conteúdo nas redes sociais 

Valdir Avelino * 
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Pessoas no Brasil  e  no mundo todo – estão avaliando e debatendo a decisão da empresa Meta de abandonar o uso de checagem independente de fatos no Facebook e no Instagram, substituindo-os por “notas da comunidade”. 
 
Isso porque, em vídeo publicado no blog da empresa, o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, disse que iria adotar um modelo semelhante ao do X, em que comentários sobre a precisão do conteúdo das postagens são deixados a cargo dos próprios usuários. Em outras palavras, para a dona do Facebook e do Instagram, as redes sociais voltarão a ser uma terra de ninguém, uma terra sem lei. 
 
Em resposta a Advocacia-Geral da União (AGU), a Meta afirmou que o fim de checagem vale apenas para os EUA. Por aqui, a empresa afirma estar “comprometida com direitos humanos” e que busca é por “equilíbrio” entre liberdade de expressão e segurança. No entanto, na mesma resposta ao pedido da AGU, a Meta afirmou que o encerramento do programa de checagem de fatos da companhia nas redes sociais será realizado, inicialmente, somente nos Estados Unidos, mas sinaliza que a iniciativa poderá ser expandida para outros países. 
 
Ora, é inegável que ao não moderar o que publica, as redes sociais também acabam responsáveis por propagar notícias falsas. Sem moderação e fiscalização o destino certo é a propagação de fake news, de conteúdo de ódio e discriminação na internet. De olho em interesses políticos e econômicos, a Meta se abre para a proliferação de perfis que ficam livres para compartilhar informações enganosas e incitar o ódio. 
 
O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis pensa que uma plataforma, qualquer que seja, que não queira submeter-se às leis brasileiras, deva ser simplesmente suspensa. Nosso país não é uma terra sem lei para ter aplicativos com postagens mentirosas, falsas, fazendo ataque à democracia e aos direitos sociais do nosso povo que os trabalhadores tanto lutaram para conquistar. Custou e demorou muito para construirmos o que temos hoje. Publicações e informações sem qualquer moderação vão submeter, inevitavelmente, nossas conquistas e direitos a uma sistemática campanha de violação.  
 
É claro que, como defensores da democracia e da liberdade de expressão, não gostamos da ideia de banir uma rede social. Entretanto, também não gostamos da ideia de haver venda clandestina de armas, comércio de drogas, discursos de ódio, homofobia e terreno fértil para fake news, por meio de grupos nas redes sociais. Não é porque uma pessoa se esconde atrás de um perfil em rede social que ela pode fazer e anunciar o que quiser. Dessa forma, vejo que o estado brasileiro deve exigir da Meta o compromisso com a moderação e o controle daquilo que é publicado em suas redes sociais. 
 
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis 
 

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