Por: Adalberto Luque
Apesar de negar sua participação no assalto ao policial militar reformado Dariê Alves Tremura e seu enteado Rafael Bernardes Faria, a Polícia Civil não tem dúvidas de Emerson Pereira da Silva, de 39 anos, estava presente na cena do crime. Durante o assalto que resultou na morte de Tremura e ferimentos em Faria, um dos assaltantes teria sido atingido por um tiro.
Ele fugiu correndo pelas ruas do Centro da cidade, trocou de camisa e foi resgatado pelo comparsa que vinha de moto, pela Rua São Sebastião. Os dois fugiram em direção à Vila Tibério. No final da tarde do mesmo dia do crime, Emerson deu entrada em um Pronto Socorro na cidade de Londrina (PR), distante 466 km de Ribeirão Preto.
Tinha um ferimento a bala no abdome. Justificou que havia sido baleado enquanto andava de moto pela cidade paranaense. Contudo, de acordo com o delegado Targino Donizete Osório, as imagens do assalto e dos assaltantes em fuga já haviam sido difundidas para outras regiões e ele passou a ser investigado.
O homem tem uma loja em um shopping popular na cidade, onde foi preso na manhã desta quinta-feira (11). Com sua prisão, a Polícia Civil pretende usar material genético coletado no dia do crime e comparar com o de Emerson.
O criminoso jogou fora a camisa suja de sangue, que foi recolhida como prova pela Polícia Civil, que já fez a análise do material genético. O suspeito, que chegou no início da noite a Ribeirão Preto, negou envolvimento no crime e foi levado na manhã desta sexta-feira (13) para a cadeia de Santa Rosa de Viterbo.
O homem passaria por audiência de custódia e, se a Justiça determinar sua prisão preventiva, ele deve ser transferido para um Centro de Detenção Provisória na região.
Entenda o caso
Na manhã de 12 de fevereiro, O PM aposentado Dariê Alves Tremura, de 63 anos, e seu enteado Rafael Bernardes Farias, de 36 anos, recolhiam um malote em um posto de recarga de cartões do transporte coletivo, na Rua Tibiriçá, quase esquina com Rua Américo Brasiliense, Centro de Ribeirão Preto.
Por volta de 08h10, pelo menos três homens (dois deles vestidos com roupas de coletores de lixo) tentaram roubar o malote, que tinha R$ 23 mil. Farias, ao ver o assaltante rendendo o padrasto, teria reagido e houve intensa troca de tiros. Um homem de macacão verde disparou várias vezes contra Tremura e Farias e roubou a arma do PM aposentado. Outro homem também teria disparado e foi ferido por Farias.
Um dos assaltantes fugiu na direção da Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto. O outro, ferido na troca de tiro, fugiu em direção à Rua São Sebastião. O terceiro subiu na motocicleta, avançou pela praça em frente ao local e tomou rumo ignorado.
Câmeras de segurança mostraram que ele voltou para a Rua São Sebastião, para apanhar o comparsa que fugiu correndo. Esse homem já havia trocado de camisa, deixando a que tinha sangue jogada na rua.
Depois eles seguiram em direção ao Mercado Municipal e, de lá, tomaram rumo ignorado. Na ocasião, em entrevista, o delegado responsável pelas investigações, Targino Donizete Osório, levantou a possibilidade de os criminosos serem de fora, pois não foram reconhecidos em registros fotográficos criminais ou por informantes.
Farias, enteado de Tremura, ficou vários dias internado, mas se recuperou. Na madrugada seguinte ao crime, a Polícia Militar prendeu um homem em Serrana. Ele foi interrogado e liberado. A Polícia agora quer identificar e localizar os outros dois homens que participaram da morte de Tremura. As investigações prosseguem.