Tribuna Ribeirão
Economia

PIB cresce 0,9% no trimestre 

O Produto Interno Bruto da indústria subiu 0,6% no terceiro trimestre de 2024 ante o PIB industrial de abril a junho, segundo o IBGE (José Paulo Lacerda/-CNI)

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, soma de toda a riqueza produzida no país, registrou alta de 0,9% no terceiro trimestre de 2024 – de julho a setembro – ante os três meses anteriores (abril a junho), segundo as Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas nesta terça-feira, 3 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo período do ano passado, apresentou alta de 4,0%.

Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o PIB totalizou R$ 3 trilhões entre julho e setembro. O Produto Interno Bruto registrou o 10º maior crescimento no terceiro trimestre deste ano dentro de um ranking com 51 países compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

De acordo com o levantamento, a alta de 0,9% na atividade econômica do Brasil em relação ao segundo trimestre ficou atrás apenas dos desempenhos de Nigéria (2,4%); Filipinas (1,7%); Malásia (1,5%); Dinamarca (1,3%); Tailândia (1,2%); Lituânia (1,2%); Taiwan (1,1%); México (1,1%) e Chipre (1%).

Entre abril e junho, teve crescimento de 1,4% em comparação com os primeiros três meses, chegando a R$ 2,888 trilhões. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o crescimento foi de 3,3%. O avanço de 0,9% fez a atividade econômica subir a nível recorde dentro da série histórica iniciada em 1996 pelo IBGE.

Pelo lado da demanda, o desempenho é impulsionado pelo consumo das famílias, que também alcançou novo ápice no terceiro trimestre de 2024. O consumo do governo também operava no maior nível da série. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos do PIB) está 10,8% abaixo do pico alcançado no segundo trimestre de 2013.

Sob a ótica da oferta, o PIB de serviços subiu a novo ápice no terceiro trimestre deste ano. Já o PIB da Indústria está 4,7% abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013, prejudicado pela indústria de transformação, que opera em nível 14,7% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008.

A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2024 foi de 17,6%, o que representa um crescimento em relação àquela observada no mesmo período do ano anterior (16,4%). A taxa de poupança foi de 14,9% no terceiro trimestre de 2024, menor que os 15,4% obtidos no mesmo período de 2023.

Exportações – As exportações diminuíram 0,6% no terceiro trimestre de 2024 ante o segundo. Na comparação com o mesmo período do ano passado, mostraram alta de 2,1%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 1% entre julho e setembro ante o segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, as importações mostraram alta de 17,7%.

A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.

Indústria – O Produto Interno Bruto da indústria subiu 0,6% no terceiro trimestre de 2024 ante o PIB industrial de abril a junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, mostrou alta de 3,6%.

Serviços e Agropecuária– O PIB de serviços subiu 0,9% no terceiro trimestre de 2024 ante o segundo. Na comparação com o mesmo período do ano passado, mostrou alta de 4,1%. O Produto Interno Bruto da agropecuária caiu 0,9% no terceiro trimestre de 2024 ante o segundo trimestre de 2024. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, o PIB da agropecuária mostrou queda de 0,8%.

Consumo – O consumo das famílias subiu 1,5% no terceiro trimestre de 2024 ante o segundo.  Na comparação com o mesmo período de 2023, mostrou alta de 5,5%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,8% no terceiro trimestre de 2024 ante o segundo trimestre de 2024. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, o consumo do governo mostrou alta de 1,3%.

Revisão – O IBGE revisou o PIB do primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, que passou de alta de 1% para alta de 1,1%. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em seu perfil no X, antigo Twitter, que o Brasil continua com a economia crescendo e criando emprego.

“Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros”, declarou o presidente da República. O governo do petista está sob pressão do mercado financeiro por causa do pacote de medidas fiscais. O conjunto de ações decepcionou os operadores, e o dólar subiu.

Fazenda – O crescimento do PIB do terceiro trimestre é superior à projeção do boletim Macrofiscal do Ministério da Fazenda para o período e deverá ensejar revisão do dado de 3,3% para o ano, de acordo com nota divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE).

A pasta também explicou que esse resultado aumentou o carrego estatístico para 2024, que passou de 2,5% para 3%. “Se realizada dessazonalização pela metodologia adotada pelo IBGE, de forma a se obter variação nula na margem no quarto trimestre, o carrego para o ano fica em 3,3%”, diz o texto.

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