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Cesta básica tem valor recorde em RP

Marcello Casal JrAgência Brasil

Após quedas de 0,55% em junho, de 7,7% em julho e de 1,8% em agosto, o preço da cesta básica de alimentos essenciais subiu pela terceira vez seguida |em Ribeirão Preto. Depois de disparar 8,06% em setembro, avançou mais 5,68% em outubro e subiu 1,92% em novembro, atingindo o maior valor da série histórica, de R$ 724,52, contra R$ 710,87 do mês anterior, acréscimo de R$ 13,65.

O levantamento mensal é do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). Em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o pacote com 13 alimentos essenciais custava R$ 630,83, a alta chega a 14,85%, acréscimo de R$ 93,69.

No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, a inflação na cidade é de 13,07%, ante 10,93% até outubro, 5% até setembro e deflação de 2,86% até agosto – era de 7,17% no primeiro semestre. O aumento neste mês foi impulsionado, principalmente, pelo preço da carne bovina, que subiu 14,97%, influenciado por fatores como a alta dos insumos, longos períodos de estiagem e a valorização do dólar.

“Os custos elevados com alimentação do gado, medicamentos e manejo pressionaram ainda mais o valor final da carne para o consumidor. Somada a isso, a elevada procura de mercados asiáticos, como a China, reduziu a oferta destinada ao consumo interno e encareceu o produto”, explica Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp.

O estudo aponta ainda que da região com menor custo (R$ 675,60) para a mais cara (R$ 821,14), o consumidor pode chegar a gastar até R$ 145,54 a mais pela compra dos mesmos 13 itens básicos. A variação chega a 21,54%, segundo a pesquisa do IMEB-Acirp.

Entre os vilões do mês, o preço da alcatra subiu 14,97% em novembro, após alta de 12,06% em outubro. Outro produto de destaque na pesquisa foi o óleo de soja, que avançou 9,94%, ante aumento de apenas 0,16% no mês anterior. O arroz branco avançou 7,60%, após queda de 1,18% no período antecedente.

Açúcar cristal (alta de 7,73% em novembro, ante aumento de 3,12% em outubro), café em pó (4,83%, após deflação de 3,32%), margarina com sal (reajuste de 3,72%, contra recuo de 6,12% do mês anterior) e pão francês (correção de 0,43%, ante elevação de 5,06%) completam a lista dos vilões.

Por outro lado, a batata inglesa recuou 24,48%, após alta de 9,35% em outubro. O preço da banana nanica também despencou 20,36%), após deflação de 2,93% no mês anterior. As quedas expressivas ocorreram devido à maior oferta nos mercados, resultado de boas condições climáticas e períodos de safra.

O leite longa vida caiu 8,15% (havia subido 0,48% em outubro). Também recuaram os preços do tomate italiano (-5,34%, após aumento de 1,91%), farinha de trigo (-1,99%, após baixa de 6,54%) e feijão carioca (retração de 0,70% em novembro, após avanço de 4,41%).

O preço do kit na cidade registrou dois meses seguidos de deflação, de 3,34% em março e 1,59% em abril, depois avançou 3,33% em maio. Subiu 3,89% em janeiro e 3,95% em fevereiro, quando o preço do pacote de itens essenciais superou a barreira de R$ 700 pela primeira vez desde o início da série histórica.

Os dados do Índice Mensal de Cesta Básica foram divulgados nesta quinta -feira, 28 de novembro. Os analistas da Acirp percorreram 14 estabelecimentos no dia 25: dez supermercados e hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as cinco regiões da cidade. O levantamento não tem caráter fiscalizador.

O grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas do ribeirão-pretano, com 45,10% do valor total da cesta, é o da carne, que em outubro consumia 39,98%. Frutas e legumes absorvem 21,68% do orçamento (26,31% no mês anterior), seguidos dos farináceos (20,09%, ante 20,16% de outubro), laticínios (6,19%, depois de 6,71% no mês anterior), leguminosas (3,52%, era de 3,61%), cereais (2,50%, ante 2,37%) e óleos (0,92%, após 0,85%).

Em relação ao poder de compra, considerando uma remuneração de R$ 1.412 (salário mínimo), deduzidos 7,52% de descontos da Previdência Social, tem-se que o piso líquido é na ordem de R$ 1.305,82, de tal modo que um trabalhador de média idade comprometeria cerca de 55,48% de sua renda apenas com gastos alimentares em outubro.

A alta foi de 1,04 ponto percentual em um mês – era de 54,44% em outubro. Em carga horária, equivale a trabalhar 122,06 horas das 220 previstas na jornada do assalariado só para comprar comida, 2,3 horas a mais do que em setembro – era de 119,76 horas no mês anterior. O reajuste de 6,97%do salário-mínimo ajudou a minimizar o impacto.

Região Central tem a cesta mais cara
A região Central tem o kit mensal básico de alimentos mais caro da cidade, com valor de R$ 821,14, pela segunda vez acima de R$ 800. Porém, houve retração. A queda chega a 1,90% em comparação com os R$ 837,04 de outubro, desconto de R$ 15,90. O principal aumento foi no preço do arroz, de 9,40%. O leite longa vida caiu 25,48%, e o óleo de soja recuou 10,42%, As carnes ficaram estáveis.

Na Zona Sul, o kit mensal básico custa R$ 783,04, contra R$ 741,39 de outubro, acréscimo de R$ 41,65 e aumento de 5,62. O aumento expressivo no preço da carne (22,50%), do açúcar cristal (19,40%), do tomate italiano (13,16%) e do arroz branco (6,44%) puxaram a alta na região mais nobre da cidade.

A Zona Leste tem a terceira cesta mais cara do mês. Porém, recuou de R$ 706,22 em outubro para R$ 699,15, abatimento de R$ 7,07 e queda de 1,00% puxada pela banana nanica (-25,86%). Subiram os preços da alcatra (4,46%), óleo de soja (19,15%), feijão carioca (6,04%) e arroz branco (20,75%), segundo o IEMB-Acirp.

Na Zona Oeste, o preço da cesta básica com 13 alimentos recuou de R$ 687,29 em outubro para R$ 675,60 em novembro, desconto de R$ 11,69 e queda de 1,70%, puxada pela batata inglesa (-47,77%), tomate italiano (-28,19%). O óleo de soja subiu 16,95% e a alcatra, 11,03%. É a mais barata da cidade.

Na Zona Norte de Ribeirão Preto, o valor da cesta básica saltou de R$ 662,16 em outubro para R$ 691,98 em novembro, acréscimo de R$ 29,82 e aumento de 4,50%, puxado pela alcatra (30,45%), óleo de soja (15,99%) e café em pó (9,30%), segundo o IEMB-Acirp. A batata inglesa recuou 38,47% e o tomate italiano caiu 31,90%.

Dados do estudo – A cesta da Acirp inclui alcatra bovina (6 kg), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 quilos), arroz branco tipo 1 (3 quilos), farinha de trigo (1,5 quilo), batata inglesa (6 quilos), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).

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