O cabo da Polícia Militar Alan Roberto de Freiras Silva, de 35 anos, sofreu choque séptico refratário, mediastinite e síndrome de boerhaave – ruptura do esôfago. A informação consta no atestado de óbito do PM, que morreu engasgado com um pedaço de frango, durante um treinamento de especialização, em Ribeirão Preto.
Familiares dizem que o policial não queria participar dos exercícios e cobram apuração. A PM afirma que os treinamentos são realizados “segundo os mais absolutos critérios de segurança”. A corporação abriu uma sindicância para apurar o ocorrido. A Polícia Civil investiga as circunstâncias do óbito. A morte do policial aconteceu na noite da última quinta-feira, 21 de novembro, depois de 33 dias de internação no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
O militar era lotado na Força Tática do 15º Batalhão da Polícia Militar de Franca. De acordo com a PM, o cabo participava do treinamento com a equipe no batalhão do Comando de Policiamento do Interior (CPI-3) de Ribeirão Preto. Na pausa para a refeição, ele se engasgou com o alimento.
O cabo Freitas foi atendido pela equipe do batalhão e levado para uma unidade de pronto-atendimento. Como não se recuperou, foi levado para o Hospital das Clínicas e internado em unidade de emergência. Segundo o hospital, as informações sobre o paciente foram disponibilizadas para a família e para as autoridades policiais.
O 6° Distrito Policial, onde o caso foi registrado como morte suspeita – acidental, aguarda o laudo do necroscópico para encaminhar a apuração. O policial foi enterrado em clima de comoção, na tarde de sábado (23), no Cemitério da Saudade, em Franca.
Familiares do policial afirmam que ele não queria participar do treinamento e teria sido obrigado pelos superiores. “Ele não queria ir, não estava a fim, mas insistiram, diziam que ele era o mais novo da Força Tática e não tinha a opção de não ir”, disse à EPTV a mulher do cabo, Sara Paschoarelli.
O curso começou no dia 14 de outubro e Freitas passou mal no quarto dia de atividades. Sara contou que o cabo teria se engasgado com um pedaço de frango. “Ele tinha poucos minutos para comer. Na primeira garfada, já sentiu que travou a comida”, disse. Já o pai do policial, Wellington Aires Silva, questionou os exercícios aplicados durante o treinamento e a menção feita no boletim de ocorrência registrado pela PM a uma possível doença pré-existente.
Em nota, através da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a Polícia Militar disse que lamenta a morte do cabo Alan de Freitas e se solidariza com sua família, além de estar à disposição para qualquer informação. Uma sindicância foi aberta para apurar os casos. “Os treinamentos são feitos segundo os mais absolutos critérios de segurança para todos os agentes e a corporação está à disposição dos familiares para qualquer informação”, diz a nota.