Passados 6 anos e 7 meses dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos, a pena de 78 anos e 9 meses de prisão, e também o ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o carro usado no atentado, com pena de 59 anos e 8 meses de prisão.
Réus confessos, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio de Janeiro, por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018.
O julgamento durou 22 horas. Os assassinos também foram condenados a pagar R$ 706 mil de indenização para os parentes de Marielle e Anderson.
Ao proferir a sentença, a juíza Lúcia Glioche prestou solidariedade às vítimas e disse ainda que a decisão serve também para aqueles que praticam crimes e acham que sairão impunes.
Vale lembrar que assassinos fizeram uma delação premiada, o que levou ao avanço das investigações, chegando aos mandantes. O acordo pode reduzir as penas dos executores.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, respectivamente, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e deputado federal, são acusados de serem os mandantes dos crimes. O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, é acusado de ter prejudicado as investigações. Os três estão presos desde 24 de março.
Um processo paralelo contra eles corre no Supremo Tribunal Federal, que julga os irmãos Brazão e o delegado Barbosa, por causa do foro privilegiado.