A Mancha Alviverde, principal torcida organizada do Palmeiras, está proibida de entrar em estádios de São Paulo a partir desta quarta-feira. A determinação se dá após emboscada contra um ônibus da Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, que resultou na morte de um torcedor de 30 anos do clube mineiro. A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou a recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
“Atender integralmente a recomendação do Ministério Público do Estado de São Paulo, para que seja proibida a entrada, nos estádios de futebol do Estado de São Paulo, de qualquer indumentária e objetos (faixas, bandeiras, etc) que identifiquem os associados da torcida organizada ‘GRÊMIO RECREATIVO E CULTURAL TORCIDA MANCHA ALVI VERDE’ a contar desta data”, diz trecho da portaria, assinado Fábio Barbosa Moraes, diretor executivo do Departamento de Segurança e Prevenção de Violência da FPF.
Não há um prazo determinado para a validade desta portaria. Sendo assim, a torcida organizada está impedida de entrar nos estádios de São Paulo até que a medida seja revogada pela FPF. “A Federação Paulista de Futebol oficiará aos Órgãos de Segurança do Estado, Ministério Público do Estado de São Paulo, para fins de fiscalização no cumprimento desta Portaria. Esta Portaria entra em vigor na presente data, revogadas as disposições em contrário”, diz o documento.
Na segunda-feira, a torcida organizada divulgou nota em que nega seu envolvimento com a emboscada. “Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alviverde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores”, escreveu.
A entrada do Gaeco no caso, e que resultou na recomendação pela proibição da Mancha, foi determinada pelo procurador-geral de Justiça Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que vê as uniformizadas atuando como “verdadeiras facções criminosas”. O promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã (SP), também vai acompanhar as investigações da Polícia Civil, enquanto o MP-MG também se colocou à disposição para ajudar na apuração do caso.