Começa nesta sexta-feira, 1º de novembro, o tradicional Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, uma iniciativa conjunta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Banco Central do Brasil, Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país e tem por objetivo ajudar o consumidor a negociar suas dívidas bancárias e reequilibrar suas finanças.
Durante a ação, os bancos participantes oferecem parcelamento, descontos no valor da dívida ou ainda taxas de juros reduzidas para refinanciamento, conforme sua política de crédito. Podem ser negociadas dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito contraídas de bancos e instituições financeiras, que estejam em atraso e não possuam bens dados em garantia, nem dívidas prescritas.
Na página do mutirão na internet (https://meubolsoemdia.com.br/Materias/mutirao-da-negociacao), criada especialmente para a ação, é possível consultar a relação de bancos participantes. Já as dívidas podem ser consultadas no Registrato, sistema do Banco Central.
É possível acessar, entre outros, o Relatório de Empréstimos e Financiamentos (SCR), que contém a relação de dívidas perante as instituições financeiras. As negociações podem ser feitas diretamente com a instituição credora em seus canais oficiais, ou pelo portal ConsumidorGovBr, lembrando que é preciso ter sua conta Prata ou Ouro.
“Os bancos estão empenhados em ofertar condições especiais para a negociação de dívidas em atraso e contribuir para a recuperação financeira do consumidor”, afirma Amaury Oliva, diretor de Cidadania Financeira e Relações com o Consumidor da Febraban.
“A mobilização nacional propicia ao consumidor planejar o quanto tem de dívidas em atraso e o quanto sobra de dinheiro para negociar com a instituição credora. Além disso, a página do mutirão oferece conteúdo gratuito sobre educação financeira, para ajudar o consumidor a equilibrar organizar suas finanças e melhorar sua saúde financeira!”, emenda.
O Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira vai até o dia 30 de novembro e é uma das iniciativas do acordo de cooperação técnica assinado entre a Febraban e o Banco Central (BC) para desenvolver ações coordenadas de educação financeira e evitar o endividamento de risco.
Cerca de um terço da população de Ribeirão Preto – ou 29,65% dos moradores da cidade, 217.051 pessoas – estava inadimplente no primeiro semestre deste ano. De acordo com levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial da cidade (Acirp), o índice representa crescimento de 3% em relação aos seis meses anteriores.
São 6.445 a mais que os 210.606 devedores do período entre julho e dezembro inadimplentes do ano passado. Também é 2,55% superior aos 211.636 do primeiro semestre de 2023 – são 5.415 a mais. Os cálculos são do Instituto de Economia Maurílio Biagi da Acirp (IEMB-Acirp) e tomam como base dados da Equifax Boa Vista.
O levantamento do IEMB-Acirp considera uma população estimada em 732.044 pessoas, segundo a base de consumidores da Associação Comercial e Industrial. O Censo Demográfico 2020 (finalizado em 2022) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que são 698.642 habitantes.
Os pesquisadores destacam que o cartão de crédito ainda é o principal responsável pelo elevado endividamento. As principais dívidas contraídas nesse modo de pagamento são compras em supermercados (alimentos), produtos (roupas, calçados, eletrodoméstico, entre outros), medicamentos, alimentos por delivery e gastos com transporte (combustível).
Em Ribeirão Preto, as projeções mostram que 75% dos inadimplentes financiam a maior parte de suas dívidas mensais com o cartão de crédito, sendo que 53% recorrem ao rotativo nessa modalidade. Em relação ao perfil de inadimplência, 46,24% dos devedores são mulheres e 45,5% são homens (outros 8,26% não tiveram informações de gênero divulgadas). O perfil etário está concentrado entre os 25 a 49 anos.
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Mutirão envolve dívidas no cartão de crédito, cheque especial, consignado e demais modalidades de crédito contraídas de bancos e instituições financeiras