Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue. Nesta quarta-feira, 16 de outubro, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. A cidade superou 42.400 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya.
As 42.433 ocorrências deste ano já são o maior volume da história da cidade, superando em 21,09% o recorde de 35.043 registrado em 2016. São 7.390 a mais em menos de dez meses, além de 60.077 sob investigação. Também já soma 30.131 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 244,93%. Uma semana atrás, até 9 de outubro, eram 42.094.
Em sete dias, o Aedes aegypti fez 339 vítimas, aumento de 0,82%. Na semana anterior, entre 25 de setembro e 2 de outubro, a alta havia sido de apenas 0,32%, de 41.960 para 42.094, com 134 a mais. O menor volume semanal é do período entre 18 e 25 de setembro, com 41 casos novos, aumento de 0,1%.
O número de casos vem caindo desde o inverno – época de baixa umidade relativa do ar e estiagem – e a tendência deve continuar na primavera, até novembro, quando começa a época das chuvas. A população não pode baixar a guarda. Ribeirão Preto já registrou 21 mortes em decorrência de dengue em 2024. Há uma em investigação
São duas em janeiro, seis em fevereiro, duas em março, uma em abril, cinco em maio e quatro em junho e uma em agosto, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Em menos de oito anos já são 44 óbitos. Em menos de dez meses, a cidade já superou em 133,33% o número de mortes no ano passado – foram nove óbitos em 2023.
A média diária de casos neste ano é de 146 ocorrências, uma a cada onze minutos e 20 segundos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e esta quarta-feira, 16 de outubro. São 207 notificações de casos suspeitos por dia, cerca de uma a cada sete minutos. Há 32 ocorrências em outubro. Fechou setembro com 196, contra 531 em agosto, queda de 63,09% e 335 a menos.
Em comparação com o mesmo mês de 2023, quando 82 pessoas pegaram dengue, são 114 a mais, alta de 139,02%. Em relação aos 11.183 casos de dengue dos primeiros dez meses do ano passado, já são 31.250 a mais em 2024, avanço de 279,44% em apenas 290 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.302 casos de dengue (dado revisado), 4.820 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,42%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 203.298 casos de dengue. Há 248 ocorrências de febre chikungunya em 2024, dezenove importadas. No ano passado, foram 121, sendo 106 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.302 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.033 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.455 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.896 na Oeste, 2.115 na Norte, 1.924 na Sul e 1.461 na Central.
Neste ano, 15.576 têm entre 20 e 39, outras 10.316 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 6.817 estão entre 10 e 19 anos, 5.164 têm mais 60 anos, 2.990 são crianças de 5 a 9 anos, 1.302 têm entre 1 e 4 anos e 268 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 12.297 casos na Zona Leste, 10.280 na Oeste, 8.627 na Norte, 6.262 na Sul e 4.960 na Central, além de sete ainda sem identificação de distrito.
Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. A maioria está em vasos, pneus e ralos. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis. São mais de 100 toneladas, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.302
2024 – 42.433
Total desde 2009: 203.298
* Até 16 de outubro
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.