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Cetesb autua indústria  de Sertãozinho 

Chamas intensas atingiram casas e deixaram pelo menos onze feridos: moradores foram evacuados por causa da fumaça tóxica  (Reprodução/Redes Sociais)

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) anunciou, nesta terça-feira, 15 de outubro, que a Innove Química será autuada por manter um depósito de produtos químicos na Vila Industrial, em Sertãozinho, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, onde ocorreu uma série de explosões na sexta-feira (11), causando ferimentos em onze pessoas, danos estruturais em imóveis vizinhos e forçando 30 moradores a deixarem suas casas.

Segundo o gerente regional da Cesteb, Otávio Okano, a indústria não tem licença ambiental para utilizar o espaço que pegou fogo na sexta-feira como depósito de produtos químicos. A sede da empresa, a cerca de dois quarteirões de distância, no mesmo bairro, está com a documentação em ordem, segundo a autarquia estadual.

A Innove Química será multada por danos ambientais e à população, já que pelo menos oito imóveis ainda não foram liberados pela Defesa Civil porque ainda pode haver risco de desmoronamento, já que a estrutura foi prejudicada. Segundo Okano, o valor da multa ainda não foi definido porque a Cetesb analisa os agravantes e atenuantes da situação, mas avisa que será de valor elevado.

A empresa contesta. Diz que o local do incêndio conta com licença ambiental e Auto de Vistoria dos Corpo de Bombeiros (AVCB). Além disso, diz que toda a documentação está em ordem, aprovada pela prefeitura de Sertãozinho. Por fim, diz que o local não era usado como depósito de produtos de químicos, e sim como área de transbordo.

Oito das doze famílias que tiveram seus imóveis interditados no sábado, 12 de outubro, pela Defesa Civil de Sertãozinho, ainda estão em hotéis. São cerca de 30 pessoas que foram obrigadas a deixar as residências depois do incêndio de grandes proporções que atingiu uma fábrica de produtos químicos na Vila Industrial.

As chamas se alastraram pelos imóveis vizinhos e comprometeu as estruturas. A empresa Innove Química informou que vai reformar as residências. Até que o trabalho seja concluído, os moradores continuarão alojados em casas alugadas pela empresa ou em hotéis. A Polícia Civil diz que o resultado da perícia deve sair em dez dias.

A Polícia Civil investiga se o material transportado pela empresa seguiu os procedimentos de segurança. O delegado Pláucio Fernandes vai investiga o caso para saber se houve negligência ou imprudência.  A empresa diz, por meio de advogado, que o transbordo dos produtos seguem as normas de segurança e que não é prática da indústria embalar produtos nas ruas.

Técnicos da Cetesb adiantaram que foram encontrados resíduos de uréia, clorito de sódio e ácido fosfórico. Os dois últimos, quando em contato, podem causar explosões. Quatro pessoas seguem internadas, três delas 0na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas com queimaduras continuam internadas.

Entre as que tiveram alta estão 0três crianças. No atendimento inicial, no dia 11, os pacientes foram recebidos por 15 médicos, dez enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e assistentes sociais. Compuseram as equipes: cirurgiões, emergencialistas, pediatras e cirurgiões plásticos da Unidade de Queimados.

Em nota, a Innove Química informou que, por volta das 12 horas de sexta-feira, “ocorreu um princípio de incêndio em um caminhão de uma empresa terceirizada.”  No momento, funcionários faziam o manejo e o transbordo de produtos usados na linha de produção da indústria. As causas do fogo ainda são desconhecidas.

Segundo a empresa, apesar de cumpridos todos os procedimentos técnicos de segurança, houve uma onda de choque e explosões múltiplas nos insumos. O fogo atingiu o caminhão, a fábrica e imóveis vizinhos. Segundo a prefeitura de Sertãozinho, ao todo, 30 pessoas precisaram de atendimento médico, onze com queimaduras e o restante por ter inalado fumaça tóxica.

Pessoas que moram próximas à indústria relatam pequenas explosões e uma de maior intensidade dentro da fábrica. O motorista sofreu queimaduras graves e precisou ser retirado por populares. As chamas também atingiram residências. O Corpo de Bombeiros passou a tarde de sexta-feira tentando controlar as chamas com uma espuma especial.

A corporação não pode usar água porque, ao entrar em contato com os produtos químicos, pode causar novas explosões e alimentar as chamas.  Uma casa próxima foi destruída e alguns imóveis teriam sido comprometidos, com abalos estruturais, mas o relatório final será apresentado pela Defesa Civil após vistoria.

Ainda não se sabe o que teria iniciado o incêndio, mas a suspeita é que o clorito de sódio que estava no caminhão tenha causado a explosão ao entrar em contato com outro produto químico. O bairro foi isolado por conta da fumaça tóxica. A prefeitura de Sertãozinho divulgou nota informando que o isolamento ocorreu para garantir a segurança da população naquela área.

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