Jarbas Cunha
O falecimento de Adir do Carmo Leonel, na manhã desta sexta-feira, foi um fato que trouxe muita tristeza para quantos tiveram o privilégio de conhece-lo e conviver com ele. Ao lado do ruralista Flávio Prudente Correa e do ex-prefeito Welson Gasparini vivemos momentos muito agradáveis ainda presentes nas nossas memórias; outros companheiros desses momentos eram, assim como Gasparini, os também já falecidos Joaquim Augusto Azevedo Souza (durante mais de 30 anos presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto) e o advogado Claudio Urenha Gomes.
Se alguém me pedir um exemplo de bondade e solidariedade humana não hesitarei em mencionar esse amigo, para todo o sempre, inesquecível.
Fazer o bem, sem olhar a quem, era uma meta permanente em sua vida. As Apaes de Ribeirão Preto e de toda a região tiveram, nos aclamados “leilões do Adir”, a fonte de boa parte dos seus recursos (a Márcia Ushirobira, presidente da Apae de Ribeirão Preto, que o diga!). Ele fazia dos seus leilões uma motivação para sua própria vida pois o único lucro obtido era o prazer de ajudar essas instituições beneméritas.
Adir era único!
Quando teve, recentemente, problemas sérios de saúde (que o levaram ao óbito) foi aconselhado, pelo amigo Flávio Prudente Correa, a buscar tratamento no Hospital do Amor, de Barretos, a quem tanto ajudou com leilões específicos. Adir recusou alegando que não seria justo tirar o lugar de quem poderia necessitar desse atendimento sem ter condições de arcar com o custo da própria internação. Fez questão, assim, de bancar com seus próprios recursos o tratamento médico-hospitalar ao qual foi submetido em Ribeirão Preto.
A lembrança do chefe de família exemplar mas, sobretudo, do amigo leal, sempre pronto a socorrer e a auxiliar quem estivesse em dificuldades, permanecerá indelével. Amizade, para Adir, era para sempre; que o diga o Flavio Prudente Correa que, assim como Welson Gasparini, foram seus amigos durante mais de 70 anos; com Gasparini ele conviveu no Colégio São José, de Batatais, sempre presente nas suas memórias.
A pessoa não morre quando permanece viva na memória dos que com ela conviveram. Adir, nesse aspecto, é imortal; sempre será recordado pelas suas ações invariavelmente marcadas pela bondade e pela generosidade, pelo “dar de si sem pensar em si”.
Tenho certeza de que a tristeza pela perda dessa figura humana ímpar está sendo compartilhada pelas entidades de todas as cidades nas quais foram realizados os seus leilões que, certamente, terão continuidade, a exemplo do recentemente acontecido em Brodosqui, cidade a qual – a exemplo de Altinópolis e Batatais – dedicava especial atenção.
Enfim o homem se foi mas não a lembrança do bem por ele praticado.
A bondade e solidariedade humana, enfim, ganharam um sinônimo: Adir do Carmo Leonel.
* Jornalista