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Homem morre durante megaoperação contra quadrilha que atacou carro-forte

Operação realizada em São Paulo e Praia Grande envolveu policiais civis do Deinter-3 e Capital, integrantes da Rota e do MP

Policiais percorreram as ruas da favela Paraisópolis, na Capital e foram recebidos a tiros por um dos alvos, que morreu no confronto (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Por: Adalberto Luque

Um homem morreu e outro foi preso, na manhã desta sexta-feira (4), durante a Operação Carcará. A ação foi realizada na favela Paraisópolis e na Praia Grande e está relacionada com o ataque ao carro-forte ocorrido na noite de 9 de setembro, na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), altura do km 384, pista sentido Ribeirão Preto, entre Restinga e Batatais.

As investigações correm em segredo de Justiça e a Polícia Civil não divulgou muitas informações. Segundo a Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de Ribeirão Preto, a Operação Carcará, em sua primeira fase, reuniu policiais civis de Ribeirão Preto e Franca, que integram o Departamento de Polícia Judiciária do Interior-3 (Deinter-3), além de grupos especializados da Polícia Civil na Capital, como GER, DOE e DOPE, policiais militares da Rota e integrantes do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Um dos suspeitos tinha armas de grosso calibre (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

As ações foram realizadas para cumprir três mandados de busca e apreensão na favela Paraisópolis – a segunda maior da Capital, com mais de 100 mil habitantes, zona Sul, próxima ao estádio MorumBis. É quase uma cidade, com 1180 estabelecimentos comerciais com CNPJ ativo e um potencial de consumo de R$ 666,7 milhões, segundo levantamento da Nós Pesquisa feito em 2023. Outro mandado foi cumprido na cidade de Praia Grande, litoral Sul de São Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, o alvo investigado em Paraisópolis resistiu à prisão e entrou em confronto com os policiais usando uma pistola. Ele acabou morto durante a operação. Jessé Mário Bertazzini era foragido de outro processo e, com ele, os policiais encontraram drogas, documentos falsos e armas. Os policiais prenderam outro suspeito com drogas, documento falso e armas.

Um dos alvos presos durante Operação Carcará foi flagrado com drogas e armas (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

O tiroteio

Pelo menos 16 homens fortemente armados atacaram um carro-forte na noite de 9 de setembro, entre Restinga e Batatais, na altura do km 384 da Rodovia Cândido Portinari. Eles destruíram o carro-forte, mas fugiram sem levar nada. Na ação e durante a fuga, cinco pessoas foram feridas (três vigilantes do carro-forte, uma pessoa que trabalhava em uma usina e um PM, ambos durante a fuga).

No dia 10, um homem procurou socorro em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na cidade de Valinhos, próximo a Campinas. Os médicos identificaram o ferimento de fuzil no pé, mas o homem insistia em afirmar que se feriu durante uma obra de construção civil.

Carro-forte foi atacado no início de setembro entre Rifaina e Batatais (Foto: Redes Sociais)

A PM foi chamada e descobriu que o homem apresentou documentos falsos e já havia sido preso outras vezes, inclusive em dezembro de 2023, acusado de armazenar grande quantidade de armas de grosso calibre, semelhante às usadas pelos criminosos no ataque do carro-forte. A Polícia Civil descobriu que Roberto Marques Trovão Lafaeff, de 36 anos, chegou ao local em um Jeep Renegade da cidade de Franca.

Ele foi preso, suspeito de envolvimento no ataque ao carro-forte, e transferido para a cadeia de Franca. No depoimento, ficou em silêncio e não respondeu às perguntas.

Homem foi preso em Valinhos, suspeito de envolvimento na tentativa de assalto ao carro-forte (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

No dia 11 de setembro, por volta de 15h00, três homens seguiam em um Mitsubishi Outlander Comforte marrom pela Rodovia Altino Arantes (SP-351), em Altinópolis, quando foram avistados por três viaturas do BAEP que faziam patrulhamento. O trio desrespeitou sinal de parada e iniciou uma fuga. A PM iniciou a perseguição aos suspeitos.

O carro em fuga acessou a Rodovia Joaquim Ferreira (SP-338). Um grande número de viaturas foi até o local e a rodovia foi fechada pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) em um trecho de 26 quilômetros, entre o km 311 e o km 337.

Próximo ao entroncamento da SP-338 com a Rodovia Abrão Assed (SP-333), em Cajuru, começou o confronto. Os bandidos desceram do carro e passaram a disparar rajadas de tiros contra os policiais, que se defenderam. O caminhoneiro Lenilson da Silva Pereira, que trazia um caminhão com uma máquina para Ribeirão Preto, estava na linha de confronto e foi ferido na cabeça.

Tiroteio deixou um PM, um caminhoneiro e três criminosos mortos em rodovia próximo a Cajuru (Foto: Redes Sociais)

No tiroteio, morreram o Sargento Ribeiro e os três criminosos. Um verdadeiro arsenal foi apreendido com os mortos que confrontaram a PM. O caminhoneiro, ferido na cabeça, foi levado para o HC-UE e, mesmo após passar por cirurgias, não resistiu aos ferimentos e morreu após 18 dias de internação.

Ligações próximas

Durante as investigações sobre Lafaieff, os policiais civis descobriram que o Jeep Renegade, responsável por deixar o homem ferido em Valinhos, seria de Franca. O proprietário foi ouvido e informou ter vendido o carro para outra pessoa. Essa outra pessoa também teria sido ouvida e disse ter negociado o carro com Lafaieff por um terreno na favela Paraisópolis.

A reportagem apurou que o carro também teria feito várias viagens a um endereço na cidade de Praia Grande. Não está confirmado se estes fatos têm ligação para a definição dos alvos da megaoperação realizada nesta sexta-feira. No período da tarde deve haver uma entrevista coletiva na Delegacia Seccional de Franca, para dar mais informações sobre a 1ª fase da Operação Carcará. Este texto pode ser atualizado.

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