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As Árvores e as mudanças climáticas 

André Luiz da Silva *
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No dia 21 de setembro, celebramos o Dia da Árvore e, especialmente neste período em que vivenciamos as tristes consequências das intermináveis queimadas criminosas e a destruição causada por elas, torna-se vital refletir sobre a importância desses importantes seres vivos que, silenciosamente, sustentam a vida em nosso planeta. As árvores, muitas vezes ignoradas em nossa rotina urbana, desempenham um papel crucial para o equilíbrio ecológico, fornecendo uma série de serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do clima, a purificação do ar, a retenção de água e o fornecimento de habitat para inúmeras espécies. Contudo, a crescente expansão imobiliária, a degradação ambiental e o desmatamento desenfreado exigem uma postura mais consciente e ativa da sociedade.

Na nossa infância e adolescência, sempre que a professora mandava fazer um desenho sobre nossas casas, era comum pintarmos uma árvore, um pequeno jardim, o sol e algumas nuvens. Nos bancos escolares, aprendemos que as árvores são fundamentais para o funcionamento do ciclo da água, captando a umidade do solo e liberando-a na atmosfera por meio da transpiração. Esse processo contribui para a formação de chuvas, essenciais para a agricultura e o abastecimento hídrico de cidades e regiões inteiras. Além disso, elas atuam como sumidouros de carbono, capturando e armazenando dióxido de carbono (CO), um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global. Nesse sentido, as florestas não apenas regulam o clima local, mas também desempenham um papel importante na mitigação das mudanças climáticas.

Aquilo que os ambientalistas alertavam a décadas e os cineastas de Hollywood transformaram em sucesso de bilheterias, tornou-se uma triste realidade. O mundo está em chamas e o todos sentimos o desequilíbrio ambiental com frio, calor, enchentes e seca em proporções catastróficas. A conservação das florestas é, portanto, uma necessidade urgente.

O desmatamento de grandes áreas, seja para a agricultura, pecuária ou exploração madeireira, gera uma perda irreparável de biodiversidade e compromete o fornecimento de serviços ecossistêmicos. No entanto, a responsabilidade não se restringe apenas às florestas tropicais ou regiões distantes. As áreas urbanas, onde a maioria da população mundial reside, também precisam de mais atenção no que diz respeito à arborização.

As árvores em áreas urbanas são vitais para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Elas reduzem a poluição do ar, absorvendo gases tóxicos e liberando oxigênio, além de amenizar as ilhas de calor típicas das grandes cidades, fornecendo sombra e diminuindo a temperatura local. Tem, ainda, o bem-estar psicológico, oferecido em espaços de lazer e contato com a natureza.

Para garantir que esses benefícios sejam mantidos, é imprescindível que haja um planejamento adequado do plantio e da manutenção dessas árvores. O manejo incorreto pode resultar em quedas durante tempestades, causando acidentes e prejuízos materiais. Governos municipais precisam investir em programas de arborização que considerem a escolha das espécies adequadas para cada região, além de realizar podas regulares e monitoramento de árvores que possam apresentar riscos. As empresas, por sua vez, podem adotar políticas de compensação ambiental, plantando árvores para mitigar os impactos de suas atividades econômicas.

Os cidadãos também têm um papel ativo nesse processo. A consciência ambiental começa em casa, com pequenas atitudes, como o plantio de árvores em quintais e calçadas, o cuidado com a vegetação ao redor e a participação em iniciativas de conservação. Além disso, o engajamento em cobrar políticas públicas eficazes é fundamental para que a arborização seja uma prática recorrente e não apenas uma pauta discutida em datas comemorativas.

Neste Dia da Árvore, é imprescindível reforçar que a preservação do meio ambiente é uma tarefa coletiva. Que a semente da conscientização ambiental seja plantada hoje, para que possamos colher os frutos de um mundo mais sustentável amanhã.

* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista 

 

 

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