O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou nesta quinta-feira, 19 de setembro, a volta da adoção do horário de verão no país. No entanto, o governo federal ainda irá avaliar o cenário, antes de optar pela medida. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, uma decisão deve ser tomada nos próximos dez dias.
A decisão caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se for adotada, a medida entraria em vigor em um prazo entre 30 e 60 dias, talvez não necessariamente em todo o verão. Alexandre Silveira disse que, apesar da indicação da ONS, não há risco energético em 2024 graças ao planejamento adotado. Por isso, a adoção do horário de verão ainda será melhor avaliada. No entanto, o ministro destacou que é preciso pensar a longo prazo, com o olhar em 2025 e 2026.
Silveira apontou o horário de verão como uma medida que contribui para a sustentabilidade energética e citou o Canadá como exemplo de outro país que adota o mecanismo. Instituído em 1931 no Brasil, o horário de verão funcionou continuamente de 1985 até 2019, quando o governo Jair Bolsonaro decidiu revogá-lo, em abril de 2019, alegando pouca efetividade na economia energética.
O horário de verão, além de ser uma prática consolidada em todo o mundo, é uma ferramenta valiosa para a economia do país. Foi suspenso oficialmente em abril de 2019 pelo decreto número 9.772 do então presidente Jair Bolsonaro sob a alegação de que os benefícios desejados não estavam mais sendo alcançados.
A última edição do horário de verão (2018/2019) terminou à zero hora de 17 de fevereiro de 2019. Começou em 4 de novembro de 2018 e teve duração de 105 dias, 21 a menos do que na anterior. A CPFL Paulista previa à época economia de 48.561 megawatts-hora em sua área de concessão
Este volume seria suficiente para abastecer Ribeirão Preto – cidade que em 2018 contava com 694.534 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – por oito dias, Campinas por quatro, São José do Rio Preto por doze, Marília por 28 e Bauru por 17.
Horário de verão – No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até 2019. O período de vigência do horário de verão era variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o horário de verão passou a ter caráter permanente.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países – atingindo cerca de um quarto da população mundial. O programa vigora em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida.