Neste domingo, o Tribuna Ribeirão, quis saber dos candidatos o plano de governo para uma melhor gestão e organização do sistema de saúde. Além dos problemas crônicos, a saúde mental também fez parte do questionamento.
A pergunta feita a todos foi: Mesmo sendo referência nacional na área da saúde, Ribeirão ainda enfrenta desafios, como falta de mão de obra, por exemplo. Quais são suas propostas na área? Existe algum planejamento para prevenção, além das demandas urgentes? Saúde mental está na sua agenda?
André Trindade (União Brasil)
Na nossa gestão, nos últimos oito anos, em relação ao servidor efetivo, também houve avanço na contratação, com concursos durante todo esse período, contratação de agentes de controle de endemias, contratação de médicos e de enfermeiros. Dentro dessa realidade, nesse último ano, de 2023 para 2024, houve a contratação de quase 200 profissionais com concurso público. Ao todo, foram mais de 900 novos médicos contratados, sendo mais de 500 pela Fundação Santa Lydia e mais de 400 pela Secretaria da Saúde. Também vale destacar que iremos aprimorar o atendimento de saúde em Ribeirão Preto. Construiremos novas Unidades de Pronto Atendimento (UPA): uma na região do José Sampaio e outra no bairro Parque Ribeirão. Ainda, iremos ampliar o atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo três novas UBS serão construídas nos bairros Ribeirão Verde, Parque Avelino e Parque dos Flamboyans, proporcionando acesso primário à saúde e cuidados médicos regulares e preventivos.
Outra iniciativa será a implantação de um Centro de Especialidades Médicas no bairro Quintino Facci II, na antiga UBDS Sérgio Arouca, o qual contará com o atendimento de 15 especialidades, assim descentralizando os atendimentos realizados no Núcleo de Gestão Assistencial (NGA), nos Campos Elíseos. Quanto à saúde mental, a nossa atual gestão tem se empenhado para garantir a atenção necessária nesta área do setor da saúde. Está em nosso plano construir um Novo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no Distrito Sul, para atendimento em saúde mental e casos em crise. Este centro oferecerá um suporte especializado e humanizado para todas as faixas etárias que enfrentam problemas de saúde mental, proporcionando um ambiente seguro e adequado para tratamento e recuperação.
Ainda, iremos estruturar um ambulatório para atendimento dos casos mais complexos de geriatria, que também incluirá suporte para saúde mental dos idosos, reconhecendo a importância do cuidado integral. Outra medida será a implementação de uma plataforma digital para garantir agilidade e segurança no atendimento e acesso às informações de saúde. Isso inclui suporte para saúde mental, permitindo que os pacientes e acompanhantes recebam atendimento e acompanhamento de forma remota, quando necessário. Todas essas ações visam melhorar a infraestrutura de saúde e aumentar a capacidade de atendimento hospitalar, reduzindo a falta de vagas no SUS.
Jorge Roque (PT)
Sem maiores atrativos para que fiquem, a cidade viu, nos últimos anos, cair o número de médicos, o que não faz sentido. Embora seja importante centro de formação, a saúde de Ribeirão vai mal, e precisamos de mais médicos. A área é mal avaliada por 2 em cada 3 moradores. Na nossa gestão, será prioridade. Vamos abrir concursos, valorizar quem trabalha no setor e reverter a terceirização feita pela Prefeitura que, em vez de contratar, dá o dinheiro para organizações privadas, que pagam mal, gerando insatisfação e alto rodízio de médicos. As filas são longas e, em certas especialidades, duram anos.
Há um sério problema estrutural que vamos enfrentar: metade dos atendimentos é na emergência, e só 20% na atenção primária. Deveria ser o inverso. Essa distorção sobrecarrega UPAs e UBSs. Vamos triplicar as atuais 50 equipes da Saúde da Família, criada na gestão do PT há 30 anos. O programa, desfigurado, hoje atende só 1 em cada 4 moradores. Aprovado mundialmente, é o mais adequado para atender doenças como diabetes e hipertensão e prevenir, desafogando os atendimentos de emergência e internações.
Na saúde mental, a situação é um caos. Pelo tamanho da cidade, deveríamos ter 32 mil consultas por ano, mas só 15% dos casos são atendidos. Na internação, o cenário é gravíssimo: há fila de espera de 200 pacientes, e só 7 vagas. Os problemas se acumulam: falta de profissionais, alta rotatividade e despreparo na triagem de pacientes em crise psiquiátrica.
Há poucos psiquiatras, psicólogos e outros profissionais para atender. Demora meses para iniciar o tratamento. Priorizaremos investimentos em serviços comunitários de saúde mental com foco em prevenção, com equipes multiprofissionais para propiciar assistência médica, social, moradia e empregos. E programas para combater a estigmatização, como ocorre. É necessário buscar a desinstitucionalização, e habilitar CAPs e residências terapêuticas para receber recursos federais, que não são utilizados. Provavelmente, teremos que construir uma Unidade de Acolhimento Adulto e mais um CAPS III.
Marco Aurélio Martins (Novo)
Mesmo sendo uma referência nacional na área da saúde, Ribeirão Preto ainda enfrenta desafios importantes, como a falta de mão de obra e a necessidade de melhorar a infraestrutura e o atendimento. Em nosso plano de governo, priorizamos a ampliação da equipe de saúde, com a contratação de mais profissionais para suprir a demanda crescente e melhorar o atendimento em todas as unidades de saúde do município. Além disso, vamos investir na modernização dos equipamentos e ampliar a estrutura das unidades, garantindo que médicos e profissionais de saúde possam trabalhar em condições adequadas e prestar um serviço digno à população.
Entendemos que, além das demandas urgentes, a prevenção é essencial para garantir uma saúde pública de qualidade. Por isso, nosso plano de governo também prevê a implementação de programas de diagnóstico precoce, principalmente em espaços públicos, para identificar e tratar de forma preventiva doenças como diabetes e hipertensão. Isso permitirá um controle mais eficiente da saúde da população, reduzindo a necessidade de tratamentos emergenciais.
A saúde mental também é uma prioridade. Nossa abordagem é integrá-la aos outros pilares do plano de governo, como cultura, esporte, geração de emprego e urbanização. Quando oferecemos uma cidade limpa e organizada, com oportunidades de lazer, esporte e trabalho, a saúde mental da população será beneficiada. Acreditamos que uma cidade bem cuidada e que proporciona qualidade de vida ajuda a reduzir o estresse e os problemas emocionais dos cidadãos. Além disso, no setor de saúde, vamos ampliar o atendimento para dependentes químicos e criar um centro especializado para esses casos, com internação continuada, além de reforçar a contratação de mais profissionais especializados em saúde mental. Portanto, nosso foco é cuidar da saúde de Ribeirão Preto de forma ampla, desde a contratação de mais profissionais até a promoção de uma cidade que ofereça melhores condições de vida, cultura e lazer, pois acreditamos que a saúde integral do cidadão está diretamente ligada a esses fatores.
Ricardo Silva (PSD)
É necessário olhar com carinho para a nossa saúde. Hoje, temos apenas 400 médicos na Secretaria da Saúde. É lógico que isso vai afetar a nossa população. Nossas equipes médicas precisam de valorização, de um serviço público atraente. Na prefeitura existem relatos de diferenças salariais dentro da mesma unidade, para funções iguais. Temos que investir em quem realmente faz a diferença na hora de salvar vidas, que são nossos profissionais da saúde. É claro que tudo isso passa por um grande estudo, com gestão e planejamento. Vamos encontrar uma prefeitura com dívidas de financiamentos, mas vamos superar esse desafio com gestão.
Além disso, uma das grandes mudanças que nossa gestão trará é a reabertura da UBDS Central. Voltaremos a ter uma unidade de emergência 24 horas no Centro, ajudando a desafogar as outras quatro unidades. Tudo isso aliado a nova unidade de Emergência do HC, que estou destinando R$ 30 milhões de minhas emendas em parceria com o governador Tarcísio, que investirá mais R$ 50 milhões. Vamos garantir uma grande mudança para a nossa saúde.
Sobre o setor de saúde mental, essa é uma área onde vamos atuar de forma intensiva. Meu plano de governo aborda a situação que é encarada em Ribeirão Preto, principalmente por falta de gestão, por falta de estrutura e valorização dos profissionais, além de um quadro extremamente reduzido. É preciso, além de garantir o número de profissionais adequado, uma verdadeira política pública para o setor. Vamos realizar campanhas de conscientização sobre saúde mental, valorização da vida e combate ao estigma relacionado às doenças mentais. Além disso, vamos buscar parcerias com universidades para que estudantes do último ano de psicologia possam atuar em estágios monitorados no atendimento de crianças, jovens, adultos e idosos.