O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial – despencou de inflação de 0,38% em julho para deflação de 0,02% em agosto, queda de 0,40 ponto percentual, após alta de 0,21% em junho, de 0,46% em maio, 0,38% em abril, 0,16% em março, 0,83% em fevereiro e 0,42% em janeiro. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira, 10 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É a maior redução desde a deflação de 0,36% de agosto de 2022, a mais intensa para o mês desde 1998, quando tinha recuado 0,51%. No mesmo período do ano passado houve inflação de 0,23%. A queda de 0,02% foi o resultado mensal mais baixo desde junho de 2023, quando o indicador recuou 0,08%. A taxa acumulada pela inflação no ano está em 2,85%, ante 2,87% até julho, 2,48% até junho, 2,27% até maio e 1,80% até abril.
Como consequência, o índice em doze meses desacelerou após três altas seguidas. Recuou de 4,50% em julho para 4,24% em agosto, depois de registrar 4,23% em junho. Era de 3,93% até maio. Estava em 3,69% até abril – a menor desde junho de 2023, quando estava em 3,16%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%.
A queda de preços em agosto foi puxada principalmente pelos alimentos, que tiveram deflação de 0,44%, e pelo grupo Habitação, que recuou 0,51%. O grupo Alimentação e bebidas já tinha apresentado queda de preços de 1% em julho. Em agosto, a deflação foi puxada pela alimentação no domicílio, graças ao recuo de preços de itens como batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%).
A queda de 2,77% na energia elétrica residencial exerceu o maior alívio sobre a inflação de agosto, uma contribuição de -0,11 ponto percentual. Figuraram ainda no ranking de principais impactos negativos sobre o IPCA de agosto a batata-inglesa (-0,06 ponto percentual), tomate (-0,04 p.p.), cebola (-0,04 p.p.) e passagem aérea (-0,03 p.p.).
Na direção oposta, a principal pressão partiu da gasolina, com alta de preços de 0,67% e influência de 0,04 ponto percentual. Houve contribuição positiva também da banana-prata (0,02 ponto percentual), plano de saúde (0,02 ponto percentual), mamão (0,02 ponto percentual) e ensino superior (0,02 ponto percentual).
Educação – As famílias brasileiras gastaram 0,73% a mais com Educação em agosto, uma contribuição de 0,04 ponto percentual. Os cursos regulares subiram 0,76% em agosto, puxados, sobretudo, pelos subitens ensino superior (1,09%) e ensino fundamental (0,57%). Os cursos diversos aumentaram 0,47% em agosto, influenciados, principalmente, pelos cursos de idiomas (0,98%).
Serviços – A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – desacelerou de aumento de 0,75% em julho para alta de 0,24% em agosto. Após forte demanda durante as férias de julho, alguns itens de turismo registraram queda de preços em agosto, como passagens aéreas, pacote turístico e aluguel de veículo.
Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 1,08% em julho para recuo de 0,12% em agosto. No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 5,01% em julho para 5,18% em agosto, a mais elevada desde fevereiro de 2024, quando era de 5,25%. A inflação de monitorados em doze meses saiu de 7,04% em julho para 5,58% em agosto, a mais baixa desde julho de 2023, quando estava em 3,64%.
Difusão – O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 47% em julho para 56% em agosto, segundo o IBGE. A difusão de itens alimentícios passou de 39% em julho para 49% em agosto. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 53% em julho para 62% em agosto.
Grupos – Seis dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registraram altas de preços em agosto. Houve deflação em Alimentação e bebidas (queda de 0,44% e impacto de -0,09 ponto percentual) e Habitação (-0,51% e impacto de -0,08 ponto). O grupo Transportes registrou estabilidade de preços (0,00% e 0,00 ponto).
Os aumentos foram registrados em Educação (0,73%, impacto de 0,04 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,25%, impacto de 0,03 ponto percentual), Vestuário (0,39% e impacto de 0,02 ponto), Despesas pessoais (0,25%, impacto de 0,03 p.p.), Comunicação (0,10%, sem impacto) e Artigos de residência (0,74% e impacto de 0,03 ponto percentual).
INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve redução de 0,14% em agosto, após uma alta de 0,26% em julho, queda de 0,40 ponto percentual segundo dados divulgados nesta terça-feira, 10 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, acumula elevação de 2,80% no ano, ante 2,95% até julho. A taxa em doze meses é de 3,71%, contra 4,06% até o mês anterior. Em agosto de 2023, o INPC tinha sido de 0,20%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
A inflação por grupos
Alimentação – O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma redução de 1,00% em julho para queda de 0,44% em agosto). O grupo contribuiu com -0,09 ponto percentual para a taxa de -0,02% do IPCA do último mês. A alimentação no domicílio caiu 0,73% no mês passado.
Ficaram mais baratos a batata inglesa (-19,04%), o tomate (-16,89%) e a cebola (-16,85%). Na direção oposta, houve aumentos no mamão (17,58%), banana-prata (11,37%) e café moído (3,70%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,33% em agosto. O lanche subiu 0,11%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,44%.
Transportes – Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma alta de 1,82% em julho para uma estabilidade (0,00%) em agosto, sem contribuição (0,00 ponto percentual) para a taxa de -0,02%. Os combustíveis subiram 0,61%. Houve altas no gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%). Já o etanol recuou 0,18%.
As passagens aéreas registraram queda de 4,93% nos preços. O subitem aliviou o IPCA em -0,03 ponto percentual. Na direção oposta, a gasolina exerceu a maior pressão individual sobre a inflação do mês, 0,04 ponto percentual.