Incêndio causa 1ª morte na região 

Mais três suspeitos foram presos na macrorregião acusados de provocar queimadas em terrenos e áreas de vegetação. Além disso, a Região Metropolitana de Ribeirão Preto registrou a primeira morte devido aos incêndios florestais.  
 
Carlos Roberto Prado, de 44 anos, morreu após duas semanas internado a Ala de Queimados do Hospital das Clínicas. Ele morava em Santa Cruz da Esperança. A vítima teve 50% do corpo queimado devido a um incêndio em canavial no dia 25 de agosto, domingo.  
 
O trabalhador rural arrendava um sítio e voltava de moto para casa quando teria se perdido por causa das labaredas e da fumaça. O filho conseguiu escapar e pediu ajuda a um sitiante. Os dois foram levados para o posto de saúde da cidade e depois acabaram transferidos para Ribeirão Preto 
 
O HC emitiu nota dizendo que o paciente recebeu todos os cuidados necessários, mas não resistiu. O filho da vítima também sofreu queimaduras e continua internado, mas não corre risco de morte. Ele passa por um procedimento de enxerto.  
 
Prisões – Nesta sexta-feira, 6 de setembro, um homem de 37 anos foi preso em Patrocínio Paulista, na região de Franca. Ele estava com isqueiro e ateou fogo em área de pastagem. Esse tipo de crime é inafiançável. A Guarda Civil Municipal (GCM) de Santo Antônio da Alegria prendeu um homem em flagrante na quinta-feira (5) por causar um incêndio na zona rural da cidade.  
 
O andarilho foi denunciado no início da manhã por moradores da região que saíam de Santo Antônio da Alegria em viagem para Ribeirão Preto.  
Segundo o boletim de ocorrência, o homem, identificado como César Marciano dos Santos, de 37 anos, foi localizado pelos guardas na região da Rodovia Prefeito Fioravante Belutti (SP-351) próximo a uma região de mata que estava pegando fogo.  
 
Ele portava uma garrafa com combustível e isqueiro e confessou o crime.  A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) também informou que Higino Rommel Teixeira da Silva, de 34 anos foi preso em flagrante após atear fogo em lixo num terreno no fundo de uma loja, na tarde da última quinta-feira, na região central de Franca.  
 
Testemunhas flagraram a ação e acionaram a Guarda Municipal e as chamas foram contidas sem o acionamento do Corpo de Bombeiros. Outros dois envolvidos no incêndio conseguiram fugir e continuam sendo procurados. Com essas duas prisões, já são nove na macrorregião e 15 no Estado de São Paulo. Agora são três prisões em Batatais, três em Franca, uma em Santo Antônio da Alegria, uma em Patrocínio Paulista e outra em Guaraci. 
 
Fora da região – As outras seis ocorreram fora da macrorregião: duas em São José do Rio Preto, uma em Pindorama, uma em Jales, outra em São Bernardo do Campo e mais uma em Salto. Além disso, em Porto Ferreira a Polícia Ambiental autuou dois homens por acender uma fogueira para limpeza da vegetação.  
 
A Polícia Civil investiga se todos os 15 casos, que não possuem relações entre eles, disse a Secretaria de Segurança Pública em nota. A pena para este tipo de crime varia de um a quatro anos. Se houver morte, pode chegar a 30 anos por causa do crime de homicídio.  
 
Cana – O governo do estado estima prejuízos de até R$ 1 bilhão. A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) – que conta, atualmente, com 35 associações de fornecedores e representa mais de doze mil produtores de cana-de-açúcar – estima que 100 mil hectares de cana foram destruídos, prejuízo de R$ 800 milhões. 
 
O governo federal acionou a Polícia Federal (PF) para investigar a possível origem criminosa das queimadas que se espalharam pela região de Ribeirão Preto e outras áreas do estado de São Paulo nos últimos dias. Dos inquéritos foram abertos. A Polícia Civil já instaurou 62. 
 
Não há indícios de que o fogo tenha começado por causas naturais, como raios, por exemplo. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, disse que 99,9% dos incêndios registrados no estado de São Paulo ao longo do fim de semana foram causados por “ação humana”.  
 
Brasil – Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 2.758 focos de incêndios, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Todos os biomas apresentam focos, que podem representar uma ou várias frentes de fogo ativas.  
 
A Amazônia concentra o maior número de focos, com 1.558, seguida do Cerrado, com 811; Caatinga, com 188; Mata Atlântica, 168; Pantanal com 28 e Pampa com cinco focos identificados. O estado do Mato Grosso é o que mantém o maior número de focos, com 933, seguido do Pará, onde há 415 focos ativos.