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Governo prevê mínimo de R$ 1.509 em 2025

Valor definitivo, porém, será conhecido somente em dezembro deste ano – quando será divulgado o INPC de novembro

Aumento de R$ 97 ao salário mínimo em 2025 corresponde a um crescimento de R$ 38 bilhões nas despesas obrigatórias: valor será definido em dezembro (Pixabay)

A proposta do governo para 2025 prevê um salário mínimo de R$ 1.509 no próximo ano – R$ 97 a mais que os atuais R$ 1.412, alta de 6.87%. Os valores constam no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que o governo enviou ao Congresso nacional nesta sexta-feira, 30 de agosto, mas ainda devem ser atualizados até o fim do ano.  
 
Se confirmado, o reajuste do salário mínimo será aplicado a partir de janeiro – ou seja, no salário que o trabalhador recebe em fevereiro. A nova estimativa também ficou acima do que foi projetado em abril deste ano, de R$ 1.502 para o salário mínimo. O valor definitivo, porém, será conhecido somente em dezembro deste ano quando será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro (que serve de base para a correção).  
 
Isso porque foi instituída por lei, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma fórmula de valorização real do salário mínimo – ou seja, de aumento do valor acima da inflação. Pelo formato adotado, o reajuste corresponde à soma de dois índices: a inflação medida pelo INPC em doze meses até novembro e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.  
 
No caso de 2025, vale o PIB de 2023 — que cresceu 2,9%. Segundo nota técnica divulgada em dezembro do ano passado, e atualizada em janeiro de 2024 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil.  
 
Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor. O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do “salário médio” dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.  
 
Ao conceder um reajuste maior para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários, assim como o valor do abono salarial e do seguro-desemprego, entre outros, não podem ser menores que o valor do mínimo. De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo criou-se uma despesa em 2024 de aproximadamente R$ 392 milhões.  
 
Um aumento de R$ 97 ao salário mínimo em 2025, portanto, corresponde a um crescimento de R$ 38 bilhões nas despesas obrigatórias. O aumento maior do salário mínimo é um dos itens que eleva as despesas obrigatórias. Com isso, sobrarão menos recursos para os gastos “livres” do governo, chamados de “discricionários” – o que pode afetar políticas do governo federal. 
 
Em julho, o salário mínimo ideal necessário para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele deveria ser de R$ 6.802,88, ou 4,82 vezes o piso nacional, atualmente de R$ 1.412, abaixo dos R$ 6.995,44 estimados para junho (4,95 vezes), queda de 2,75% e desconto de R$ 192,56.  
 
No sétimo mês de 2023, deveria ser de R$ 6.528,93 (4,98 vezes o mínimo de R$ 1.302). Neste caso, o aumento é de 4,20%, com acréscimo de R$ 273,95. Os dados têm por base o preço da cesta básica do São Paulo (SP), de R$ 809,77.  
 
É a cesta mais cara observada pela pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, que envolve 17 capitais de Estados brasileiros. O valor estimado pelo Dieese bancaria as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. 

 

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