Nesta semana, o Tribuna Ribeirão, dentro do ESPECIAL ELEIÇÕES 2024, ouviu as propostas sobre a educação no município. Foram feitas duas perguntas para os cinco postulantes. A primeira sobre o baixo rendimento de Ribeirão no ranking no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar- Saresp. E a segunda sobre segurança nas escolas.
Perguntas
1 – A rede municipal de ensino de Ribeirão Preto ficou na parte de baixo do ranking de aprendizado das prefeituras no Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) aplicado em 2023. Das 625 prefeituras paulistas que participaram do Saresp 2023 e tiveram dados divulgados, Ribeirão Preto foi a 558º no desempenho em Língua Portuguesa e 551º em Matemática. Aqui na cidade, um em cada quatro alunos do 5º ano teve aprendizado insuficiente em português, 30% não sabem matemática. O que sr. pretende fazer para melhorar estes índices?
2 – Vários casos de violência foram registrados nas escolas de Ribeirão Preto, nos últimos meses. Caso de um pai que foi armado numa escola cobrar sobre conteúdo supostamente matriarcal. Ou de assalto a mão armada a um entregador na porta de uma escola. Ou ainda casos de escola que suspenderam as aulas por furto de fios de energia. Como combater a violência no ambiente letivo, garantindo segurança de professores, funcionários, alunos e pais?
André Trindade (União Brasil)
1 – Nesta nossa atual gestão, todos os níveis de capacidade da Educação municipal evoluíram positivamente no Saresp 2023, quando comparados com 2022. Essa foi apenas a segunda vez que as escolas da rede participaram desta avaliação, o que demonstra o interesse do nosso governo em reconhecer a atual situação da aprendizagem, a fim de promover as transformações tão necessárias e aguardadas. Ainda, ressalto que o ensino permaneceu por 18 meses sem aulas presenciais durante a pandemia da Covid-19, após uma Ação Civil, a qual criou uma lacuna que outros municípios não enfrentaram, dificultando uma comparação justa com outras redes de ensino. No nosso governo, iremos manter a sexta aula para todo o ensino fundamental e a presença de dois professores em sala de aula para reduzir os impactos.
2 – Intensificamos muito a segurança das escolas da rede municipal, nos últimos oito anos, a nossa atual gestão implantou mais de 2.500 câmeras e mais de 500 alarmes nas instituições de ensino da prefeitura. Esse acompanhamento ocorre mediante monitoramento em tempo real na Base da Guarda Civil Metropolitana – GCM. Os casos de vandalismo e furto praticamente acabaram. Em dezembro de 2019, o Ministério Público divulgou a redução de 85% das ocorrências. Hoje, o número caiu ainda mais, para quase zero (registro de duas ocorrências a cada três meses – e mesmo assim com o furto evitado a tempo. Além disso, ao lado do Nogueira, o nosso governo implantou a ronda diária da GCM em todas as escolas da rede, garantindo mais tranquilidade para toda a população. Ainda sobre a segurança, vale citar que em 2017, apenas três escolas municipais tinham o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Ou seja, 121 escolas não tinham (na época, eram 124). Hoje, todas as 112 escolas da rede possuem o AVCB, bem como as escolas conveniadas. Para isso, as 121 escolas receberam obras de reforma e/ou adequação. Em nosso governo iremos continuar com os investimentos em segurança nos ambientes escolares.
Ismar Cabral Menezes (Agir)
1 – Para melhorar os índices de aprendizado da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto, é crucial adotar uma abordagem multifacetada: 1. *Formação de Professores*: Investir em capacitação contínua para que os educadores possam adotar metodologias de ensino mais eficazes e personalizadas. 2. *Revisão Curricular*: Atualizar o currículo escolar para torná-lo mais dinâmico e relevante, com foco em habilidades práticas e resolução de problemas. 3. *Suporte Adicional*: Implementar programas de reforço escolar e tutoria para alunos com dificuldades, garantindo suporte individualizado. 4. *Infraestrutura*: Melhorar a infraestrutura das escolas para criar um ambiente de aprendizado mais estimulante e seguro. 5. *Avaliação Contínua*: Monitorar regularmente o progresso dos alunos e ajustar as estratégias conforme necessário para atender às suas necessidades específicas. Em síntese, devem ser adotadas estratégias como: capacitação de professores, revisão curricular, suporte adicional, e aprimorar o uso de tecnologia. Incluir empreendedorismo e educação financeira no currículo também é essencial.
2 – Combater a violência nas escolas de Ribeirão Preto exige uma abordagem ampla. Primeiramente, é essencial aumentar a presença de segurança, incluindo vigilantes treinados e sistemas de câmeras para monitoramento constante. A implementação de programas de prevenção e intervenção em violência escolar pode educar alunos e pais sobre comportamentos adequados e recursos disponíveis. Parcerias com a polícia (GCM) e outros serviços de emergência são cruciais para garantir respostas rápidas a incidentes. Além disso, promover um ambiente escolar positivo e inclusivo pode reduzir a violência; investir em programas de apoio psicológico e social para alunos e famílias também é importante. A colaboração entre escolas, comunidade e autoridades é fundamental para criar um ambiente seguro e propício ao aprendizado.
Jorge Roque (PT)
1 – Esses índices começam a ser construídos na Educação Infantil, onde há um grave déficit de vagas. Vamos garantir que nenhuma criança fique fora da escola, buscar o equilíbrio entre equidade e qualidade, fazer a reestruturação administrativa-pedagógica e aprimorar os sistemas escolares, currículo e sistemas avaliativos. Dá para resolver certas demandas, até de infraestrutura, no curto prazo. Mas atingir qualidade exige investir em currículo, materiais pedagógicos, formação continuada e um bom planejamento. O Plano Municipal de Educação vale só até dezembro. Desfigurado e engavetado por 7 anos, só foi instituído em março. Construiremos um Plano democrático, com diálogo com a comunidade escolar. Também será preciso contratar, pois na gestão atual, piorou muito a proporção de alunos por professor. E a escolha de diretores, antes por apadrinhamento político, passou, por decisão judicial, a ser por concurso, o que foi ruim e vem afetando o desenvolvimento do modelo de educação. Buscaremos uma saída legal para que a escolha seja pela comunidade escolar. Estudos demonstram que o envolvimento da comunidade é fundamental para a melhoria da qualidade.
2 – Vamos dobrar o efetivo atual da Guarda, criada em governo anterior do PT e, hoje, com cerca de 200 guardas, insuficiente diante do crescimento da cidade. E vamos incentivar sua vocação comunitária, ampliando sua presença na porta das escolas, além de postos de saúde, praças e parques. Iniciativas como a Vizinhança Solidária e os conselhos comunitários de segurança, que debatem e ajudam a apontar prioridades de cada região, também contribuem para a melhoria da segurança em geral, e particularmente no ambiente educativo. Vamos estimular maior envolvimento da comunidade com a escola, seja ajudando a criar o Plano Municipal de Educação, seja com projetos que estimulam a presença das famílias. Um deles será abrir aos alunos e familiares as escolas nos fins de semana e férias, para ofertar, com outras equipes, idiomas, maior inclusão digital e atividades de artes, esportes e saúde, além de garantir alimentação todos os dias do ano. Milhares de crianças e adolescentes de famílias pobres passam fome quando a escola não abre. E ninguém aprende com fome.
Marco Aurélio Martins (Novo)
1 – A educação é o principal vetor de transformação social, e é inaceitável que Ribeirão Preto ocupe posições tão baixas no ranking nacional de aprendizado. Para reverter esse quadro, nosso plano é fortalecer a educação municipal em várias frentes. Primeiro, vamos implementar a nova forma de integração com os profissionais de educação em todas as áreas de conhecimento, garantindo que os alunos tenham acesso às aprendizagens essenciais em cada etapa da educação básica. Além disso, adotaremos um sistema de acompanhamento trimestral da aprendizagem, inspirado em indicadores internacionais como o PISA, para identificar rapidamente áreas que necessitam de intervenção e ajustar nossas estratégias. Vamos também profissionalizar a administração das escolas, introduzindo critérios técnicos no processo seletivo e promovendo o desenvolvimento contínuo dos profissionais da educação. A qualificação e valorização dos professores, coordenadores e diretores será constante, com um sistema de formação continuada que os prepare para adotar novas estratégias de ensino e dominar os conceitos-chave de cada disciplina. Nossa proposta inclui ainda o fortalecimento das escolas como polos centralizadores de ações sociais e educacionais nos bairros, funcionando em regime de contraturno e oferecendo atividades extracurriculares como reforço escolar, esportes, artes e empreendedorismo. Isso não só elevará a qualidade da educação, mas também envolverá a comunidade e as famílias no processo educacional, criando um ambiente de aprendizagem mais integrado e eficaz.
2 – A segurança nas escolas é fundamental para que o ambiente de aprendizagem seja protegido e produtivo. Para enfrentar a violência e garantir a proteção de todos, vamos implantar um sistema de segurança escolar integrado que aborde de forma abrangente as necessidades das escolas. Esse sistema incluirá câmeras de vigilância em pontos estratégicos, sensores de movimento com inteligência artificial para detectar atividades suspeitas, alarmes conectados a um centro de monitoramento, com sistema de controle de acesso integrado, que assegure que apenas pessoas autorizadas entrem nas escolas. Além disso, promoveremos o treinamento contínuo de professores, profissionais de educação, alunos e responsáveis, para que todos estejam preparados adequadamente em casos de situações de risco. Entendemos que a segurança não depende apenas de medidas tecnológicas, mas também de um ambiente escolar bem gerido e de uma comunidade escolar engajada. Por isso, iremos fortalecer a comunicação entre a escola e as famílias, promovendo a participação ativa dos pais ou responsáveis, na vida escolar e garantindo que a escola seja um espaço seguro e acolhedor para todos.
Ricardo Silva (PSD)
1 – Tudo tem que ser feito com mais carinho, mais planejamento. Veja só o que ocorreu nos últimos anos: uma criança que entrou no primeiro ano em 2017, passou praticamente todo o Ensino Fundamental sem que a prefeitura tivesse um Plano Municipal de Educação, o que só aconteceu oito anos depois, em 2024, o último da atual administração. Isso não pode ocorrer. É claro que isso afeta o aprendizado. Além disso, na formação continuada de professores, no ano de 2022, por exemplo, a prefeitura de Ribeirão destinou apenas R$ 13 mil. Isso são dados oficiais. Já São José dos Campos, cidade de porte semelhante à nossa, investiu quase R$ 2 milhões com pós-graduação à distância de seu corpo docente, em contrato realizado com a Unesp, com foco em qualificação para “Educação 5.0”, tanto para profissionais da Educação Infantil quanto do Ensino Fundamental.
2 – Fazer a comunidade participar de forma efetiva da vida escolar é o caminho para combater de forma efetiva essa situação. Nossas escolas serão transformadas em corações de nossos bairros. A educação de casa e a educação da escola devem funcionar juntas. Nosso governo terá diálogo aberto e permanente com gestores, educadores, estudantes, familiares, unidades conveniadas e todos os profissionais que compõem esse quadro tão importante da Educação, para alcançarmos juntos os melhores objetivos. Embora a escola tenha o compromisso de desenvolver a capacidade de reflexão, por meio de conhecimentos, do pensamento crítico e a autonomia do estudante, há uma parte inegável que, dentro da sala de aula, no pátio, está também o educar para conviver, para os valores de justiça, de igualdade, para a diversidade e o respeito ao bem comum. É o que falamos sobre a relação entre escola e sociedade.