Cleiton Santos Santana*
Os portos de Paranaguá e Antonina tiraram 100 pontos no Índice de Gestão das Autoridades Portuárias (IGAP), a nota máxima da a 5ª edição Portos + Brasil, evento realizado no último dia 07 de agosto, em Brasília. Trata-se da honraria mais importante entre os portos públicos e que homenageia as empresas com excelentes práticas de gestão portuária. O Índice de Gestão das Autoridades Portuárias analisa 15 métricas: eficiência operacional, estrutura organizacional, índices financeiros, manutenção dos acessos aquaviários, regularidade tributária e trabalhista, transparência administrativa, entre outros.
Vale destacar que o Estado do Paraná, com mais esse reconhecimento, reforça a chancela de a “Arábia Saudita do biogás”. A ideia é a de criar um “ecossistema” de incentivo a essa energia limpa, com isenção de insumos, investimentos para a construção de gasodutos ligando propriedades e a criação de linhas de fomento.
Nessa esteira, o Estado do Paraná terá o primeiro terminal de liquefação de biometano (“Bio-GNL”) das Américas. O Porto de Paranaguá será pioneiro na liquefação, armazenamento e exportação do produto.
Um esforço conjunto entre o Governo do Estado do Paraná, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e a empresa Liquipar Operações Portuárias S.A tornou possível um projeto estruturante, que será um divisor de águas no país para o desenvolvimento da chamada “Pauta Verde” no setor de combustíveis.
E o primeiro fruto dessa parceria estratégica será a implantação de infraestrutura portuária destinada à liquefação, armazenamento e exportação de Bio-GNL pelo Porto de Paranaguá.
Cabe frisar que não existem terminais dedicados para exportação de Bio-GNL no continente americano. Portanto, este projeto será inovador não só para o país, mas como para as Américas.
Importante ressaltar que o Brasil tem um enorme potencial para ser um player mundial na produção e exportação de biometano. De acordo com as estatísticas da Associação Brasileira de Biogás (Abiogas), a capacidade brasileira de geração do produto é de 44,1 bilhões de metros cúbicos (Nm3) por ano, e este expressivo volume pode contribuir significativamente para a neutralidade das emissões de CO2.
Enquanto o gás natural liquefeito ou GNL, de origem fóssil, emite 20% menos CO2 que o diesel, o biometano líquido emite 80% menos que o diesel. Isso porque o biometano é um gás natural produzido durante a decomposição de matéria orgânica, como plantas e animais mortos, resíduos de animais, resíduos de cozinha, esgoto, entre outros.
O grande desafio é consolidar o Brasil entre os principais produtores e exportadores de combustíveis e “energia verde”. O país já é reconhecido pela exportação de etanol e, agora, deverá se beneficiar do crescimento da produção e exportação de biocombustíveis, como o biodiesel e o SAF (querosene de aviação verde), além é claro do Bio GNL no futuro.
*Cleiton Santos Santana, fundador e controlador do Grupo BSO, dos quais fazem parte a Stronghold e a Liquipar