Tribuna Ribeirão
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O rio Sena e as Olimpíadas 

Rui Flávio Chúfalo Guião * 
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O rio Sena foi, sem dúvida, um dos grandes protagonistas das Olimpíadas de Paris, recém terminadas. Por ele, seguiu o grande desfile das delegações dos países participantes, em suas margens ocorreram várias e belas apresentações, sobre ele galopou o cavalo mágico e onírico, que encantou a todos. Suas pontes se engalanaram e foram palco de espetáculos que marcarão para sempre o nosso tempo. Os participantes e turistas, por certo, tiveram oportunidade de usar os bateauxmouches que o percorrem e viram a majestosa cidade que é a capital da França. 
 
Quando os Sapiens iniciaram a sua conquista da Europa, foi através dos rios que eles puderam vencer as distâncias e povoar terras distantes dos mares. Por isso, várias capitais europeias nasceram a cresceram às suas margens, como Paris. 
 
Estima-se que os primeiros povoadores da área onde hoje se localiza a cidade chegaram entre 4.000 e 3.800 a.C, criando uma pequena povoação, provavelmente na Ile de laCitê. Certo é que a pequena vila foi tomada pelos romanos, em 52ª.a.C, e denominada de Lutecia, mas somente anos mais tarde começaria a ter importância, por sua posição geográfica e pelo seu rio. 
 
Hoje, o Sena (os franceses consideram seus rios substantivos femininos, daí La Seine), com seus 776 km de extensão e desaguando no Canal da Mancha, é importante via de transporte fluvial, além de se oferecer como grande via de turismo, especialmente em Paris. 
 
Outro curso d’água que favoreceu a expansão urbana foi o Tejo, em cujas margens, há 2.800 anos iniciou-se a cidade de Lisboa, capital de Portugal. O rio nasce na Espanha, onde é chamado de Tajo e, depois de um percurso de 1.007 km. deságua no Oceano Atlântico, em cujo estuário encontra-se a capital portuguesa. 
 
De suas margens, partiram as Grandes Navegações que tornaram Portugal líder do mundo, inclusive aquela que descobriu o nosso país. 
 
O Tejo é de fundamental importância para o país, pois suas águas abastecem inúmeras cidades e fornecem irrigação para os produtores agrícolas. 
 
Talvez o mais romântico rio da Europa seja o Danúbio, que do alto de seus 2.888 km de extensão, desde sua nascente na Floresta Negra, na Alemanha até sua foz no Mar Negro, banha importantes capitais: Bratislava (Eslováquia), Budapeste (Hungria), Belgrado (Sérvia) e Viena (Áustria). 
 
Nesta última, suas águas se tornam azuis na célebre valsa de Strauss e testemunharam os tempos românticos que marcaram a Áustria, o maior império do século XIX, com suas óperas e operetas, valsas e minuetos. 
 
O rio Reno não pode ser esquecido. Nasce na Suíça e deságua no Mar do Norte, depois de cortar a França, a Alemanha e a Holanda, com os seus 1.233 km de extensão. Não banha nenhuma capital, mas várias cidades importantes: Colônia, Basiléia, Constância, Düsseldorf, Roterdame a antiga capital da Alemanha Ocidental, Bonn. 
 
Por suas águas transita grande parte do comércio europeu e suas barcas levam os inúmeros turistas que apreciam as rochas cantadas por Goethe e os habitantes misteriosos da música de Wagner, além de vislumbrarem os vinhedos que produzem os excelentes vinhos brancos alemães. 
 
Dois outros rios europeus foram importantes para o desenvolvimento das capitais em suas margens: o Tâmisa (Londres) e o Spree (Berlim). 
 
* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras 

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