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TJ determina que USP reconheça autodeclaração racial de aluna

Reitoria teria invalidado a matrícula da aluna às vésperas de conclusão do curso de Engenharia Ambiental

TJ determina que USP reconheça autodeclaração de aluna cotista que havia sido revogada no final do curso de Engenharia Ambiental (Foto: Gloogle Street View)

Por: Adalberto Luque

Uma aluna do curso de Engenharia Ambiental na Universidade de São Paulo – Campus São Carlos, terá sua autodeclaração racial reconhecida. Foi o que determinou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) em sentença expedida em 30 de julho, divulgada nesta quarta-feira (7).

A sentença foi proferida pela juíza Gabriela Müller Carioba Attanasio, que concedeu mandado de segurança à aluna. Regularmente matriculada no curso de Engenharia Ambiental, Talita Vasconcelos de Abreu se autodeclarou parda ao ingressar no curso de graduação.

Contudo, a USP Campus São Carlos entendeu que ela não preencheria requisito para ocupar vaga a candidatos pretos, pardos e indígenas. Desta forma, a aluna teve sua matrícula invalidada às vésperas de concluir a graduação.

Com a decisão do TJSP, a USP terá que garantir a reativação da aluna e sua permanência regular como cotista racial no curso, até sua conclusão e graduação, com livre acesso à faculdade. Para o relator do recurso, desembargador Carlos Von Adamek, a resolução editada pela própria instituição prevê que a autodeclaração é meio apto para comprovar a condição pleiteada.

“Considerando que a impetrante praticamente encerrou a graduação, tendo em vista que restam apenas três matérias para completar o curso, bem como comprovou ter realizado regular matrícula à época do ingresso na Universidade, sem qualquer indício de fraude, não existe motivo hábil a reformar a decisão”, escreveu o magistrado. “Some-se a isso que a reforma da sentença violaria a proporcionalidade e a razoabilidade, sobretudo em razão do tempo transcorrido desde o ingresso no ensino superior e da prevalência do critério da autodeclaração”, concluiu.

A reportagem do Tribuna quis saber o posicionamento da USP São Carlos em relação à sentença, mas até a publicação do texto não recebeu retorno. Se houver, a matéria será atualizada.

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