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Inadimplência em cartões cai para 7,7%  

Abecs estima que o crédito rotativo responda por 2,3% do endividamento das famílias no país, distante do crédito imobiliário (40,5%) ou consignado (24,3%) (Pixabay)

A inadimplência na carteira de cartões de crédito no Brasil caiu 1 ponto percentual entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, e chegou a 7,7%, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o indicador teve alta de 0,4 ponto p percentual. O presidente da Abecs, Giancarlo Greco, disse que, apesar da alta, o indicador está controlado. “O número está em linha com a retomada que temos visto por parte dos emissores”, afirma.

A Abecs estima que o crédito rotativo responda por 2,3% do endividamento das famílias no país, distante de linhas como crédito imobiliário (40,5%) ou consignado (24,3%). O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 7,1 pontos percentuais de maio para junho, segundo o Banco Central (BC).

A taxa passou de 422,4% (dado revisado) para 429,5% ao ano. No caso do parcelado, o juro passou de 185,9% (dado revisado) para 180,5% ao ano entre maio e junho. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 84,6% (dado revisado) para 85,0%.

O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024. As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico.

Aproximação – Os pagamentos com cartões utilizando a tecnologia de aproximação cresceram 52,9% entre o primeiro semestre do ano passado e o mesmo período deste ano, para R$ 644,2 bilhões, de acordo com a Abecs. A maior parte das transações foi com cartão de crédito, que respondeu por R$ 360,9 bilhões, alta de 56,1% em um ano.

No débito, foram R$ 172,1 bilhões em operações, crescimento de 52,5% no mesmo período.  Greco afirmou que a tecnologia tem sido utilizada por clientes de todas as idades. “Eu acredito que com a evolução, seja em uma carteira ou em um plástico, a tendência é crescer cada vez mais”, disse.

Ao todo, a aproximação já responde por 61,1% das transações presenciais com cartões contra 48,4% na primeira metade do ano passado. 78% dos brasileiros usam o cartão com tecnologia NFC para fazer pagamentos por aproximação, e 30% utilizam o celular.

Segurança – A Abecs está implementando três projetos para aumentar a segurança dos arranjos de pagamento com cartões. Envolvem a investigação de usos irregulares, gestão de fraudes e a fiscalização de auditorias. O primeiro é a investigação de práticas irregulares com cartões, como o “empréstimo” de recursos utilizando cartões.

Segundo a associação, foram identificados quatro estabelecimentos que emprestavam dinheiro utilizando os limites de cartão dos clientes, e que foram descredenciados. Esse monitoramento está em piloto, e que deve servir de modelo para combater outras práticas que vão contra as regras de uso.

Outro projeto é a criação de um sistema de compartilhamento de informações sobre fraudes, similar ao que os bancos terão de ter para contas. Uma das ferramentas será um sistema unificado de informações sobre estabelecimentos com patamares altos de fraude. A partir dele, todo o mercado poderá monitorar os dados e tomar medidas, se necessário.

O terceiro é a padronização das empresas de fiscalização e auditoria, com a homologação pela Abecs de agentes que podem ser contratados pelas associadas. “O que nós definimos é: vamos competir no que cabe competição, e cooperar no que não cabe”, afirma o presidente da Abecs, Giancarlo Greco, que também é presidente da bandeira Elo.
 

 

 

 

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