Almoçar fora de casa está 16,74% mais caro em Ribeirão Preto, revela a pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar 2024”, divulgada nesta terça-feira, 6 de agosto, pela Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT) e realizada pela Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado do grupo Gouvêa Ecosystem.
Estado – Ribeirão Preto tem a segunda refeição mais barata do estado de São Paulo, atrás apenas de São Bernardo do Campo (R$ 43,78), a sexta mais em conta da Região Sudeste e a 12ª com menor valor em todo o país. Segundo o levantamento, o ribeirão-pretano paga atualmente R$ 45,74 para comer em restaurantes, lanchonetes e afins, acréscimo de R$ 6,56 em comparação com os R$ 39,18 do ano passado.
Em 2022, custava R$ 56,86 e a cidade carregava a incômoda pecha de praticar o preço do almoço fora de casa mais caro do Brasil. Trata-se do mais importante e abrangente levantamento sobre preços de refeições fora de casa e o mais tradicional do país, realizado há mais de 20 anos. A pesquisa aconteceu entre março e maio, em 4.502 estabelecimentos comerciais de 51 cidades de 22 estados e do Distrito Federal.
Médias – No total, foram coletados 5.640 preços de pratos em todo o Brasil, em estabelecimentos que servem refeições no horário do almoço, de segunda a sexta-feira. O valor cobrado em Ribeirão Preto é 11,37% inferior à média nacional, de R$ 51,61, abatimento de R$ 5,87. Também está 19,88% abaixo dos R$ 57,09 cobrados, em média, nas cidades paulistas, R$ 11,35 mais em conta.
Em relação aos R$ 54,54 da Região Sudeste, o ribeirão-pretano paga R$ 8,80 a menos, desconto de 16,13%. O almoço mais caro do Brasil é praticado em Osasco (SP), de R$ 68,34. O valor de Ribeirão Preto é 33,07% inferior, R$ 22,60 a menos. Em São Paulo (SP) custa R$ 59,67 e m Guarulhos ai por R$ 63,05. A capital com a refeição mais cara é Florianópolis (SC): R$ 62,54
Com base na média de R$ 45,74, mensalmente, considerando apenas 20 dias, o trabalhador ribeirão-pretano gastaria R$ 914,80 para almoçar fora de casa, R$ 131,20 a mais que os R$ 783,60 do ano passado, segundo a pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador .
Pratos – O preço do comercial/prato feito saltou de R$ 34,90 para R$ 36,02, acréscimo de R$ 1,12 e alta de 3,21%. O prato executivo avançou de R$ 47,28 para R$ 54,11, aporte de R$ 6,83 e aumento de 14,44%. O self service (comida por quilo) saltou de R$ 33,27 para R$ 45,56, mais R$ 12,29, elevação de 36,94%. O preço da refeição a la carte recuou de R$ 112,44 para R$ 106,47, desconto de R$ 5,97 e queda de 5,31%.
No estado de São Paulo, o comercial sai por R$ 40,51, o executivo custa R$ 59,34, o self service tem valor médio de R$ 51,47 e o a la carte fica em R$ 98,48. No Brasil, os valores são de R$ 37,44 para o prato feito, R$ 55,63 para o executivo, R$ 47,87 para o self service e R$ 96,44 para o a la carte.
No país, o preço médio subiu de R$ 46,60 em 2023 para R$ 51,61, aporte de R$ 5,01 e alta de 10,75%. No estado, passou de R$ 51,49 para R$ 57,09, acréscimo de R$ 5,60 e aumento de 10,88%. Na Região Sudeste, saltou de R$ 49,33 para R$ 54,54. São R$ 5,21 a mais e avanço de 10,56%.
Em 2022, quando a ABBT anunciou que Ribeirão Preto praticava o almoço mais caro do Brasil, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Alta Mogiana (Abrasel) contestou os dados. No ano passado, porém, com a queda, disse que a pesquisa retratava mais a realidade.
O estudo – O estudo considera refeição completa a composta por um prato acompanhado de bebida não alcoólica, sobremesa e cafezinho. A pesquisa aponta que o trabalhador usuário do vale-refeição consome 43% mais feijão, arroz, salada e 33% mais carne, quando se compara com aqueles que não possuem esse benefício. Isso demonstra a relevância do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) como social.
Para calcular o preço médio, a pesquisa considera os preços das quatro categorias mais comuns na alimentação fora de casa do Brasil, sempre de acordo com o prato principal, bebida, sobremesa e café. A pesquisa aponta também o custo mínimo de uma refeição básica, no valor de R$ 31,00, caso o trabalhador opte pelo chamado “prato-feito” apenas com arroz, feijão, uma proteína, suco ou uma fruta.
Em comparação ao ano passado, o aumento no preço da refeição básica foi de 4,7%, próximo ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dos últimos doze meses, que ficou em 4,3% no acumulado até junho. O custo do “prato feito” varia conforme a região, sendo maior no Sudeste e no Sul, e menor no Norte.
Impacto – A pesquisa contratada pela ABBT também busca mostrar o impacto do preço da alimentação fora do lar sobre o salário dos brasileiros, que segundo o IBGE estava em R$ 3.123,00 no primeiro trimestre deste ano. Desta forma, para se alimentar por 22 dias por mês com o “prato feito”, o trabalhador precisaria de R$ 678,00, equivalente a 21,7% do salário médio estimado pelo IBGE.
Porém, se o trabalhador optar por uma refeição comercial completa o valor sobe para R$ 823,68, com impacto de 26,4% no salário médio do trabalhador. Considerando o preço médio da refeição completa nas quatro categorias pesquisadas, o valor aumenta para R$ 1.135,42, com impacto de 36,4% no salário médio.
O gasto médio com refeição fora de casa
Média no Brasil: R$ 51,51
Estado de São Paulo: R$ 57,09
Sudeste: R$ 54,54
O almoço fora de casa em RP
Preço médio: R$ 45,74
Gasto por mês: R$ 914,80 *
Comercial/prato feito: R$ 36,02
Executivo: R$ 54,11
Self service/quilo: R$ 45,56
A la carte: R$ 106,47
* Vinte dias
Fonte: Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador