A produção industrial subiu 4,1% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira, 2 de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). Em relação ao mesmo mês de 2023, o crescimento chega 3,2%.
No primeiro semestre do ano, avançou 2,6%. No acumulado em doze meses, houve aumento de 1,5%, ante avanço de 1,3% até maio. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou alta de 0,7% em junho. A produção da indústria de bens de capital subiu 0,5% em junho ante maio. Na comparação com o mesmo mês de 2023, o indicador avançou 9%.
No acumulado em doze meses, houve queda de 5,1% na produção de bens de capital. Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 6,8% na passagem de maio para junho. Na comparação com o mesmo mês de 2023, houve avanço de 6,6%. No acumulado em doze meses, subiu 2,9%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção cresceu 4,4% em junho ante maio. Em relação ao mesmo mês de 2023, houve alta de 12%. Em doze meses, subiu 0,7%. Com relação aos bens de consumo semiduráveis e os não duráveis, houve alta de 4,1% na produção em junho ante maio. Na comparação com o mesmo mês de 2023, aumentou 5,8%.
A taxa em doze meses ficou positiva em 3,2%. Para os bens intermediários, o IBGE informa que a produção subiu 2,6% em junho ante maio. Em relação ao mesmo do ano passado, houve alta de 1,1%. No acumulado em doze meses, os bens intermediários tiveram avanço de 1,6%. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou alta de 0,7% em junho.
O avanço de 4,1% na produção industrial em junho ante maio foi o maior desde julho de 2020, quando o setor avançou 9,1%, disse nesta sexta-feira o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo. Para um mês de junho, este também é o maior avanço para o período desde 2020. Em junho daquele ano, a produção industrial avançou 10%, informou o IBGE.
Reversão de trajetória – O resultado de momento (4,1%) interrompeu dois meses consecutivos de taxas negativas, quando a indústria chegou a acumular perda de 1,8%. Em maio, a indústria havia caído 1,5% na margem e, em abril, havia caído 0,3%, segundo o IBGE.
A alta de 4,1% na produção industrial registrada em junho na comparação com maio fez o setor ultrapassar em 2,8% seu nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Ainda assim, a indústria brasileira segue 14,3% abaixo da marca recorde de maio de 2011, conforme o IBGE. O instituto também revisou o índice da produção industrial em maio ante abril de queda de 0,9% para recuo de 1,5%.
Com dois meses consecutivos – abril e maio – em retração, a produção da indústria estava em base depreciada. Além disso, a retomada em diversas atividades produtivas, que foram direta ou indiretamente afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul, contribuiu para impulsionar o resultado da indústria em junho.
“A expansão de junho deriva de base baixa e da volta da produção de plantas industriais paralisadas em maio”, disse Macedo, destacando que o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul não se limitou às fábricas instaladas no Estado. Conforme o especialista, unidades em outras regiões do País reduziram ou paralisaram as atividades – muitas vezes dando férias coletivas aos funcionários – por falta de peças produzidas no Rio Grande do Sul.
Após queda em maio, devido às chuvas, o setor automotivo contribuiu para avanço da produção industrial em junho, enfatizou Macedo. O ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias apresentou expansão de 3,1%, e o de metalurgia, de 5%.