Por: Adalberto Luque
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acatou pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e arquivou o processo criminal contra o empresário e investidor Samir Gabriel da Silva. Ele havia sido acusado pela Polícia Civil de ser mandante nas mortes de seu pai e seu irmão ocorridos, ambos, na zona Leste de Ribeirão Preto, em 2022.
A promotoria entendeu que as provas eram insuficientes para levar o investidor a julgamento e o TJSP concordou. Desta forma, o processo foi arquivado.
Silva passou a ser investigado após a morte de seu pai Valdir Gabriel da Silva, de 73 anos, ocorrido em 3 de maio de 2022 e de seu irmão Ridlaw Gabriel da Silva, de 48 anos, ocorrida em 8 de setembro de 2022. Ele já foi condenado antes a três anos e seis meses por estelionato e falsidade ideológica, crimes previstos nos artigos 171 e 299 do Código de Processo Penal, respectivamente.
Empresa – Segundo a Polícia Civil apurou, em 2011, Samir e o irmão Victor Gabriel da Silva – também condenado no mesmo processo – abriram uma revendedora de produtos farmacêuticos e cosméticos, com endereço no Jardim Salgado Filho, na zona Norte. Depois, em 2014, a empresa fechou contrato a Felithi Cosméticos, de São Paulo, prometendo distribuir os produtos para mil lojas no interior paulista.
Compra – Segundo o processo – a condenação foi confirmada pelo TJSP em 7 de julho deste ano, quando a pena foi convertida em prestação e serviços à comunidade e ao pagamento de multas –, os irmãos retiraram R$ 48.490,98 em mercadorias da Felithi Cosméticos e não efetuaram o pagamento integral. De acordo com a ação, a dupla devia R$ 45.506,26 à época.
“Laranja” – Durante a investigação, a polícia descobriu que uma mulher citada como sócia era a empregada doméstica da família, que teve o nome usado indevidamente, por isso a acusação de falsidade ideológica. A dupla foi condenada a pagar multa de cinco salários mínimos para a trabalhadora citada como “laranja” e de R$ 40 mil para a Felithi Cosméticos.
Defesa – A defesa dos irmãos disse à imprensa que não comenta a condenação por estelionato e falsidade ideológica. Sobre a suspeita de Samir Gabriel da Silva ser o mandante das mortes do pai e do irmão, o advogado Clelioleno José Pereira da Costa informou que a investigação não tem nenhuma prova que ele teve participação nos crimes e que seu cliente é inocente.
As mortes – Ridlaw Gabriel da Silva morreu no final da tarde de 13 de setembro de 2022. Ele foi baleado na noite de 8 de setembro após sair da marginal da Rodovia Anhanguera (SP-330) e cair em uma emboscada na rua Professor Antônio Palocci, no Jardim Ouro Branco, zona Leste de Ribeirão Preto.
Foi atingido dois disparos de arma de foto, no tórax e na cabeça. Ele estava com a esposa quando um Volkswagen Fox prata parou ao lado de seu carro e um dos ocupantes efetuou os disparos. A morte do comerciante foi confirmada pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
Ele foi sepultado no Cemitério Bom Pastor, no dia 14. O pai do comerciante, Valdir Gabriel da Silva, de 73 anos, foi executado a tiros no dia 3 de maio, quando trafegava com seu carro na rua José da Silva, no Jardim Paulistano, também Zona Leste da cidade. Também foi vítima de emboscada. Durante as investigações, surgiu a suspeita de que a vítima conhecia pelo menos um dos atiradores, pois estava em um carro blindado e o motorista teria aberto o vidro, o que ocasionou em sua morte.
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do empresário e consultor em investimento Samir Gabriel da Silva por ter indícios de que ele seria o mandante. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou mais informações antes de decidir se endossaria ou não o pedido de prisão.
Mensagens – Troca de mensagens em aplicativo de celular supostamente indicam ameaças e acusações. Uma das hipóteses investigadas é de que a herança do pai tenha motivado os crimes. O suspeito já foi interrogado pela Polícia Civil uma vez, quando o pai foi morto a tiros. Na ocasião, ele negou o envolvimento.
Apesar de negar participação nos crimes, a Polícia Civil concluiu que disputa por imóveis, dinheiro, propriedades rurais e até avião teriam motivado o crime. O MP discordou e pediu arquivamento, acatado pela Justiça. Em nota, o TJSP informou que “Foi determinado o arquivamento do inquérito policial em 1de julho de 2024, a pedido do Ministério Público.”