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Cesta básica despenca em RP

Após queda de 0,55% em junho, o preço da cesta básica de alimentos essenciais voltou a registrar deflação em julho, de 7,7%  

Tomate italiano (-41,41%), batata inglesa (-23,49%), farinha de trigo (-17,87%) e arroz branco (-10,75%) foram os itens com maior queda de preços em julho  (Reprodução)

Após queda de 0,55% em junho, o preço da cesta básica de alimentos essenciais voltou a registrar deflação em Ribeirão Preto, segundo o levantamento mensal do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial (Acirp). O valor do kit despencou de R$ 686,73 em junho para R$ 633,86 em julho, queda de 7,7% e desconto de R$ 52,87.

Tomate italiano (-41,41%), batata inglesa (-23,49%), farinho de trigo (-17,87%) e arroz branco (-10,75%) foram os itens com maior queda de preços na cidade. A cesta também está 1,78% mais barata em relação a julho do ano passado, quando o pacote com 13 alimentos essências custava R$ 645,33 em Ribeirão Preto, desconto de R$ 11,47.

No acumulado em sete meses, a deflação sobre o preço dos alimentos é de 1,08%, ante inflação de 7,17% no primeiro semestre – estava em 7,75% até maio e 4,28% até abril. O acumulado em 2023 foi de 0,91% em oito meses. terminou o segundo trimestre deste ano – abril a junho – em alta de 1,13%, cerca de 5 pontos percentuais abaixo do 1,18% de janeiro a março.

O preço do kit na cidade registrou dois meses seguidos de deflação, de 3,34% em março e 1,59% em abril. Subiu 3,89% em janeiro e 3,95% em fevereiro, quando o preço do pacote de itens essenciais superou a barreira de R$ 700 pela primeira vez desde o início da série histórica, atingindo R$ 702,46. O percentual também é o mais elevado até agora.

Os dados do Índice Mensal de Cesta Básica foram divulgados nesta quinta-feira, 25 de julho. Os analistas da Acirp percorreram 14 estabelecimentos no dia 19: dez supermercados e hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as cinco regiões da cidade. O levantamento não tem caráter fiscalizador.

Livia Piola, analista do IEMB-Acirp, afirma que, apesar dos fatores climáticos desfavoráveis nos últimos meses e da alta do dólar ainda serem fatores de risco inflacionário, a deflação registrada em julho é o resultado do aumento na oferta de produtos in natura decorrente das safras de inverno.

“Com temperaturas médias mais altas, acima da média histórica para o inverno, o ciclo e a maturação do tomate, por exemplo, sofreram adiantamentos, de modo que a oferta aumentou e provocou uma queda 41,41% no preço do item”, aponta Piola. 

No caso da batata e do arroz, a cotação caiu 23,5% e 10,75%, respectivamente. Com relação ao peso de cada categoria no dispêndio mensal, as carnes ainda lideram, ocupando 37,2% do orçamento total. Na sequência vieram frutas e legumes (26,89%), farináceos (21,46%), laticínios (7,16%), leguminosas (3,82%), cereais (2,63%) e óleos (0,84%).

O grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas do ribeirão-pretano, com 37,20% do valor total da cesta, é o da carne, que em junho consumia 37,39%. Frutas e legumes absorvem 26,89% do orçamento (32,73% no mês anterior), seguidos dos farináceos (21,46%, ante 19,70% de junho), laticínios (7,16%, depois de 6,19% no mês anterior), leguminosas (3,82%, era de 3,78%), cereais (2,63%, ante 2,72%) e óleos (0,84%, após 0,76%).

O feijão também teve queda significativa de preço (-6,89%), seguido pelo leite longa vida (-5,45%) e açúcar cristal (-3,49%). Os produtos com maiores aumentos em julho são a banana nanica (6,19%), café em pó (3,93%), alcatra (2,82%), óleo de soja (1,87%), pão francês (1,62%) e margarina com sal (0,35%).

Em relação ao poder de compra, considerando uma remuneração de R$ 1.412 (salário mínimo), deduzidos 7,52% de descontos da Previdência Social, tem-se que o piso líquido é na ordem de R$ 1.305,82, de tal modo que um trabalhador de média idade comprometeria cerca de 48,54% de sua renda apenas com gastos alimentares em junho.

A queda alta foi de 4,05 pontos percentuais em um mês – era de 52,59% em junho. Em carga horária, equivale a trabalhar 106,79 horas das 220 previstas na jornada do assalariado só para comprar comida, 8,91 horas a menos do que em junho – era de 115,7 no mês anterior. O reajuste de 6,97%do salário-mínimo ajudou a minimizar o impacto.

O estudo aponta ainda que da região com menor custo para a mais cara, o consumidor pode chegar a gastar até R$ 133,15 a mais pela compra dos mesmos 13 itens básicos. A variação chega a 23,90%, segundo a pesquisa do IMEB-Acirp.

Centro tem a cesta  básica mais cara
A região Central voltou a a ter o kit mensal básico de alimentos mais caro de Ribeirão Preto. Em julho, aparece no topo da lista com R$ 690,28, ante R$ 737,14 de junho, queda de alta de 6,36% e desconto de R$ 46,86. Caiu principalmente devido ao recuo nos pecos do tomate italiano (-33,4%) e da batata inglesa (-23,69%).

A Zona Leste foi a única a registrar alta, apesar de tímida. Saltou de R$ 667,41 para R$ 685,78, aumento de 2,75% e acréscimo de R$ 18,37. Na Zona Sul, recuou de R$ 718,95 em junho para R$ 628,06 em julho, queda de 12,64% e desconto de R$ 90,89em relação ao mês anterior.

A cesta básica com 13 alimentos mais barata é a da Zona Norte de Ribeirão Preto, que custa R$ 557,13, ante R$ 660,58 de junho, abatimento de R$ 103,45e queda de 15,66%. Por fim, na região Oeste o pacote de itens essenciais sai por R$ 632,28 em julho, ante R$ 655,02 do mês anterior, retação de 3,47% e desconto de R$ 22,74

Dados do estudo – A cesta da Acirp inclui alcatra bovina (6 kg), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 quilos), arroz branco tipo 1 (3 quilos), farinha de trigo (1,5 quilo), batata inglesa (6 quilos), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).

 

 

 

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