André Luiz da Silva *
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Os bastidores da política estão pegando fogo e os partidos e federações iniciarão, a partir deste sábado (20) até 5 de agosto, as convenções partidárias para oficializar a escolha de candidatos e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores para as eleições municipais de outubro. Após a definição, o registo das candidaturas deverá ser solicitado até 15 de agosto. As eleições de 2024 serão marcadas por coligações previsíveis, alianças inesperadas, poucos novos nomes, muitos já conhecidos e algum “fogo de palha”.
Falando em fogo, nuvens de fumaça cobrem nossa região metropolitana e Ribeirão Preto está entre as 5 cidades do Estado de São Paulo com maior número de queimadas com 14 focos de incêndio. A alta regional de incêndios foi de mais de 300%.
As queimadas rurais e urbanas são práticas reprováveis que afetam diretamente a economia, a sociedade e a saúde pública. Seus impactos negativos são extensos e variados, sublinhando a necessidade urgente de conscientização ambiental, fiscalização rigorosa e desenvolvimento de políticas públicas adequadas.
Alguns cidadãos não têm consciência de que a deselegância criminosa de jogar uma bituca de cigarro, uma garrafa de vidro ou lixo urbano em área verde ou terrenos vazios e até o “inocente” ato de juntar e queimar folhas de árvores e papéis causa danos à infraestrutura e encarece os custos de manutenção e reparo de redes elétricas, vias públicas e edificações. O aumento da poluição também eleva os custos de saúde pública devido ao tratamento de doenças respiratórias. A perda de terrenos e áreas verdes, além de deficiências a estética urbana, pode desvalorizar imóveis e afetar o turismo.
A fumaça e a poluição atmosférica afetam a visibilidade, dificultando o trânsito e aumentando os riscos de acidentes. A destruição de áreas verdes também reduz espaços de lazer e convívio social, essenciais para o bem-estar da população. Nas comunidades mais vulneráveis, as queimadas podem piorar as condições de vida e aumentar a desigualdade social.
A exposição à fumaça das queimadas está diretamente associada a problemas respiratórios, como asma, bronquite e outras doenças pulmonares. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades, são as maiores vítimas. Além disso, a poluição do ar pode agravar doenças cardiovasculares e causar complicações em indivíduos com doenças crônicas, o que colabora para a lotação dos serviços de saúde, especialmente as Unidades de Pronto Atendimento e os Hospitais.
Apesar do avanço na legislação, não observamos ações vigorosas de educação ambiental nas escolas, empresas, serviços públicos, templos, enfim, todos os espaços de convívio social. A implementação de políticas públicas robustas e a fiscalização eficaz são essenciais para combater queimadas. Leis que proíbem e penalizam severamente a prática de queimadas, juntamente com a criação de programas de incentivo à preservação ambiental, são passos necessários. A alocação de recursos para equipar e treinar equipes de fiscalização e a promoção de alternativas sustentáveis para o manejo de resíduos e a limpeza de terrenos também são medidas imprescindíveis. É necessário um planejamento urbano que inclua a gestão sustentável dos recursos naturais e a promoção de atividades que protejam o meio ambiente.
Em resumo, as queimadas são um problema complexo que exige uma abordagem multidimensional. A conscientização coletiva, combinada com políticas públicas específicas e uma fiscalização rigorosa, é essencial para proteger a saúde, a economia e o meio ambiente, garantindo um futuro sustentável para as cidades brasileiras.
Enquanto aguardamos medidas urgentes e objetivas dos atuais gestores, já estamos atentos aos programas de governo e propostas dos postulantes ao executivo e legislativo para este tema tão vital.
* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista