A Câmara de Ribeirão Preto realizará audiência pública para discutir a flexibilização dos horários dos corredores de ônibus, tornando-os preferenciais e não exclusivos, fora dos horários de pico. Ou seja, fora do período das seis às nove horas da manhã e das 17 às 19 horas.
A reunião será realizada nesta terça-feira, 16 de julho, às 18 horas, no plenário Jornalista Orlando Vitaliano do Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo, na avenida Jerônimo Gonçalves nº 1.200, Vila República. A iniciativa é do vereador André Rodini (Novo).
A RP Mobi – Empresa de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto S.A, a antiga Transerp, responsável pelo trânsito e transporte da cidade – anunciou no início do mês que as faixas exclusivas de onze corredores de ônibus do Programa Ribeirão Mobilidade serão modificados e passarão a ser preferenciais a partir de 1º de agosto.
Entre os corredores de ônibus que passarão a ter faixas preferenciais e não mais exclusivas estão os das avenidas Brasil, Saudade e Presidente Vargas. Os demais ficam nas avenidas e ruas José Cesário Monteiro da Silva, Braz Olaia Acosta, Fábio Barreto, Marechal Costa e Silva, Capitão Salomão, Dom Pedro I, Luiz Galvão César e rua Silveira Martins.
Não serão flexibilizados os das avenidas Meira júnior, Independência (fica na pista da esquerda) e Paschoal Innecchi/ Mogiana – estes locais serão o tema da audiência pública desta terça-feira. Também não estão na lista as faixas exclusivas das avenidas Nove de Julho, Presidente Castelo Branco/Treze de Maio, Costábile Romano/Leão XIII e quadrilátero central, que ainda estão em construção.
Segundo a empresa, a decisão foi tomada após avaliações técnicas e adequação da nova rede do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto. Os motoristas poderão circular pela faixa livremente, mas dando prioridade aos coletivos quando houver algum na via.
A mudança atende reivindicação de entidades representativas do comércio na cidade, como a associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP),
Em nota, a RP Mobi explica que “a faixa preferencial de ônibus permite a circulação de condutores de veículos convencionais carros, motocicletas, entre outros, mas neste caso os mesmos devem dar a preferência para a circulação dos ônibus urbano.”
“Já a faixa preferencial facilita a circulação dos coletivos e reduz o tempo de viagem dos seus passageiros; assim, além de incentivar o uso deste meio de transporte, garante mais fluidez para todo o tráfego veicular”, diz nota da empresa responsável pelo trânsito e pelo transporte municipal.
De janeiro a março deste ano, foram registradas 331 infrações nestes locais.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transitar pela faixa exclusiva de ônibus é considerada uma infração gravíssima. Rende sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 293,47.
A faixa exclusiva para ônibus no local foi implementada em 2022. Integra o Programa Ribeirão Mobilidade, a versão tucana do Programa de Aceleração do Crescimento II (PAC da Mobilidade). Abrange 30 grandes obras viárias para melhorar o trânsito e o transporte coletivo.
O investimento total é estimado em aproximadamente R$ 500 milhões. São onze corredores de ônibus que se interligarão, unindo a cidade de ponta a ponta por uma malha viária de 56 quilômetros de extensão. Cerca de 3,5 milhões passageiros de ônibus serão beneficiados mensalmente, além de cerca de um milhão de veículos que circulam pela cidade.
Sincovarp – Levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV) divulgado em junho avaliou o impacto da implantação do corredor de ônibus no comércio da avenida Dom Pedro I, no bairro Ipiranga, Zona Norte de Ribeirão Preto, um dos mais importantes centros de varejo e serviços da cidade.
A pesquisa apurou que desde o início da operação do corredor de ônibus, em outubro de 2022, as vendas no comércio da Dom Pedro I tiveram queda média de 45%. Sobre o movimento de clientes, a redução média foi de 42%, segundo os empreendedores que atuam em diversos segmentos.
Além disso, segundo o CPV, mantido por Sincovarp e CDL RP, 95,5% dos empresários entrevistados disseram que foram diretamente impactados pelo corredor de ônibus. Foram entrevistados 66 empresários. Houve uma redução média de 33% nos quadros de funcionários dos estabelecimentos na Dom Pedro I.