Por Hugo Luque
Acabou a seca. Após exatos 321 dias, o Comercial voltou a vencer uma partida oficial neste sábado, por 2 a 1, no Estádio Palma Travassos, diante do Monte Azul, pela quinta rodada do Grupo 2 da Copa Paulista. Como era de se imaginar, o triunfo veio com muito drama – e lágrimas do herói alvinegro no final.
Foi a primeira vez que a equipe venceu um jogo, sem contar amistosos, desde 27 de agosto de 2023, quando bateu o São Bento, também pela Copa Paulista. Neste ano, o elenco rebaixado na Série A2 do Campeonato Paulista não venceu um compromisso sequer. A seca acabou agora, com o novo plantel e a renovada comissão técnica, um grupo que mostrou resiliência após perder o clássico Come-Fogo na terça-feira.
O Leão do Norte fez uma boa partida, mas levou azar durante a maior parte do duelo. Além de parar no goleiro Zanella, um dos nomes do confronto, o time de Betinho precisou buscar o resultado ao sair atrás, ainda no primeiro tempo, e teve de conquistar a virada com um jogador a menos, depois da expulsão de Carlinhos, já na etapa final.
Os gols do Bafo foram de Emerson Muller e de Valdo Bacabal, no último lance. Com a vitória, o Comercial pulou para terceiro na chave, que ainda é liderada pelo Monte Azul, e ficará na posição pelo menos até amanhã, quando o Francana, vice-líder, e o Botafogo, quarto, se enfrentam no Lanchão.
O próximo jogo do Comercial é no sábado que vem, às 15h, novamente em casa, contra o Barretos.
O jogo
Empurrado por apenas 418 torcedores, o Bafo teve a primeira grande chance. Calixto, pela esquerda, cruzou para Valdo Bacabal, que se posicionou entre os zagueiros, esperou a bola quicar, deu um peixinho e obrigou o goleiro adversário a fazer uma defesaça. Na sequência, após a cobrança do escanteio, Gustavo Henrique virou uma bela bicicleta e a bola passou perto, sobre o gol.
No entanto, foi o Monte Azul quem chegou ao gol primeiro. Pedrinho recebeu lançamento pela esquerda, cruzou rasteiro e sem querer tabelou com Guilherme Café, do Leão, antes de acertar um lindo chute de direita, no ângulo de Marcos.
No ataque seguinte, o time da casa acordou. Adriano Luiz foi lançado, dividiu com o goleiro e, na sobra, ficou sem ângulo para bater. Paciente, o atacante alvinegro rolou para Emerson Muller, que veio de trás, ajeitou e acertou um chute espetacular, também na gaveta, para empatar. Dois golaços em sequência.
Após o início animado, o duelo esfriou após os tentos e as equipes se expuseram menos. Assim, poucas chances foram criadas nos minutos seguintes.
Aos 41, porém, a grande chance de virar: Adriano Luiz foi lançado após toque de cabeça, disputou com o zagueiro e saiu na cara do gol. Na primeira tentatica, o atacante furou. Com espaço, teve a segunda chance, mas finalizou no travessão. O lance, todavia, foi parado por toque de mão do jogador do Comercial na dividida.
Na volta dos vestiários, o jogo voltou a ficar quente. A primeira boa chance do Bafo veio em cruzamento de Emerson Silva, pela esquerda, para Bacabal, novamente posicionado entre os defensores. O centroavante finalizou bem, mas Zanella saltou para fazer mais uma excelente defesa.
Aos 17, o lateral Carlinhos puxou o jogador adversário e levou amarelo. Menos de um minuto depois, na sequência da cobrança da falta, o jogador fez outra falta, na entrada da área e foi expulso. Na batida, o goleiro Marcos teve que fazer difícil defesa e, a partir de então, o time visitante subiu ao ataque para aproveitar a vantagem numérica.
Com um a menos, os ribeirão-pretanos apostaram nos contragolpes e lançamentos. Em uma cobrança de falta na área, a bola passou direto pelos cabeceadores e surpreendeu Zanella, que fez mais uma difícil defesa. O arqueiro salvou o Azulão novamente em passe pela direita que chegou a Gustavo Henrique. O ponta, mesmo com pouco ângulo, deu um chute venenoso e o adversário espalmou para escanteio.
A garra do Leão deu resultado. Mesmo com um jogador a menos, o time do Palma Travassos não abdicou do ataque. No último lance do jogo, Valdo Bacabal aproveitou a saída ruim de Zanella, até então seu algoz, e desencantou na hora certa, de cabeça, para garantir a primeira vitória do Comercial em 2024. Na comemoração, o atacante, que anotou seu primeiro tento pelo clube, levou as mãos aos ouvidos em direção à torcida após ter sido bastante criticado, e chorou com o apito final.