A Petrobras anunciou que, a partir desta terça-feira, 9 de julho, o preço do litro da gasolina ficará R$ 0,20 mais caro. Com o reajuste, de 7,12%, o valor de venda do derivado petróleo para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,01 por litro. O impacto ao consumidor final, que tem 27% de etanol anidro em sua composição, deverá ser de R$ 0,15 por litro.
Porém, em Ribeirão Preto, os preços estão bem acima do projetado pela estatal e da mediana das últimas semanas. O litro do etanol chegou a R$ 4,09 e o da gasolina já custa R$ 6,19 em vários postos de combustíveis bandeirados da cidade.
A Central de Monitoramento da Associação Núcleo Postos, que reúne 85 revendedores da cidade e região, diz que o acréscimo por litro poderia chegar a R$ 0,25 no total por causa da alta do etanol anidro nas usinas. A tendência é de que os postos repassem a variação para as bombas na medida em que receberem novas remessas das distribuidoras.
Segundo a Petrobras, esse é o primeiro reajuste da gasolina neste ano. Diz que, com o dólar á em cima, as unidades estão priorizando a produção de açúcar, uma das principais commodities para exportação. O derivado de petróleo já está, em média, R$ 0,10 mais caro, e o etanol subiu cerca de R$ 0,15 por litro.
“Diante da pressão externa, estamos vendo agora esse reajuste no preço da gasolina. Resta saber se a estatal vai conseguir evitar que o preço do diesel seja impactado também. Já faz um tempo que vínhamos alertando sobre essa possibilidade de aumento”, analisa Fernando Roca, presidente da Associação Núcleo Postos Ribeirão Preto.
Efeito cascata – O reajuste no preço do derivado de petróleo deve impactar ainda mais o preço do etanol para evitar explosão da demanda. O valor cobrado pelos postos de combustíveis depende de cada varejista, uma vez que ainda são incluídos no valor as margens de lucro do comerciante e da distribuidora, além dos custos associados ao transporte dos produtos.
Último aumento – A última vez que a estatal havia modificado o preço da gasolina havia sido em 21 de outubro de 2023, quando houve redução de 4%. O último aumento ocorreu em 16 de agosto do ano passado, de 16%, segundo a própria Petrobras.
ANP – A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não atualizou a pesquisa de preços na semana passada. Postou uma nota em seu site dizendo que aguarda o resultado de uma auditoria, além de citar corte orçamentário, déficit de servidores e paralisação nacional dos servidores de onze agências reguladoras federais ocorrido em 4 de julho.
Segundo a pesquisa mais recente da ANP, realizada entre 23 e 29 de junho, o litro do etanol vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 3,82 (mínimo de R$ 3,64 e máximo de R$ 3,99). Com o reajuste, deve chegar a R$ 3,97 nos postos da cidade, mas em vários pontos já custa mais de R$ 4,00.
A gasolina sai por R$ 5,74 (piso de R$ 5,53 e teto de R$ 6,09), e com o aporte de R$ 0,25 – aporte de R$ 0,10 por causa da alta nas usinas e mais R$ 0,15 devido ao reajuste da Petrobras – deveria custar cerca de R$ 5,94., mas está acima de R$ 6,00 em alguns revendedores. O litro do diesel vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 5,73 (mínimo de R$ 5,49 e máximo de R$ 5,89), segundo a ANP.
Na semana anterior, de 16 de maio a 22 de junho, o litro do etanol saía por R$ 3,87 (mínimo de R$ 3,73 e máximo de R$ 4,09). Em sete dias houve queda de 1,29%, desconto de R$ 0,05, aponta a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo.
A gasolina era vendida por R$ 5,83 (piso de R$ 5,55 e teto de R$ 6,19), recuo de 1,54% e abatimento de R$ 0,09. O litro do diesel custava, em média, R$ 5,838 (mínimo de R$ 5,49 e máximo de R$ 6,29), correção de 1,72% e R$ 0,02 a menos.
Paridade – A paridade entre o etanol e a gasolina estava em 66,6%, abaixo do limite – atingiu 80,5% no final de 2021. Voltou a ser vantajoso abastecer com álcool porque esta relação não supera 70%. A gasolina aditivada sai por R$ 5,84 (mínimo de R$ 5,53 e máximo de R$ 6,18). O litro do óleo diesel S-10 custa R$ 5,96 (piso de R$ 5,69 e teto de R$ 6,39).
Média – Segundo a ANP, o preço do etanol de Ribeirão Preto está R$ 0,01 abaixo da média nacional, de R$ 3,83 para o derivado da cana-de-açúcar (é 0,26% inferior). A gasolina está 2,05% mais barata: R$ 0,12 a menos que os R$ 5,86 do restante do país.
O etanol ribeirão-pretano está acima da média estadual, de R$ 3,66. São R$ 0,16 a mais, 4,37% superior. Além disso, a gasolina também é mais cara em Ribeirão Preto e custa 1,95% a mais, acréscimo de R$ 0,11 em relação aos R$ 5,63 da média paulista, segundo a ANP.
O preço do litro do diesel vendido em Ribeirão Preto custa menos do que a média nacional, de R$ 5,88. São R$ 0,15 a menos e queda de 2,55%. Também está R$ 0,17 abaixo ao cobrado no restante do estado de São Paulo, de R$ 5,90, baixa de 2,88%, segundo os dados da pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Usinas – O preço do álcool combustível subiu nas usinas paulistas pela quarta semana seguida. O valor do hidratado está acima de R$ 2,50, mas “encostou” nos R$ 3,90 no final de 2021. Na sexta-feira, 5 de julho, avançou 2,72%, de R$ 2,4665 para R$ 2,5337 por litro, após alta de 2,29% em 28 de junho, de 3,14% no dia 21 e de 1,37% no dia 14.
O anidro – adicionado à gasolina em até 27% – disparou 6,32%, após aumentos de 0,65%, 3,28% e 0,53%. Fechou a semana passada acima de R$ 2,90. Passou de R$ 2,7348 para R$ 2,9077 o litro. Os dados foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Foto: Alfredo Risk
Valores médios:
Ribeirão Preto
Gasolina: R$ 5,82
Gasolina aditivada:
R$ 5,84
Etanol: R$ 3,82
Diesel: R$ 5,74
Diesel S10: R$ 5,96
Período: de 23 a
29 de junho
Fonte: ANP