O juro médio cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 0,9 ponto percentual de abril para maio, informou nesta quarta-feira, 26 de junho, o Banco Central. A taxa passou de 423,4% para 422,5% ao ano. No caso do parcelado, aumentou de 182% para 184,8% ao ano entre abril e maio.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,6% para 84,8%. O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024. As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico.
Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa, porém, nem sempre é efetivada porque, geralmente são apenas por alguns dias ou semanas que o consumidor fica “pendurado” no cartão, que costuma ter as taxas mais elevadas.
Crédito livre – A taxa média de juros no crédito livre caiu 0,3 ponto percentual entre abril e maio, de 40,3% para 40,0%, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 26 de junho. Em maio de 2023, a taxa estava em 45%. Para pessoas físicas passou de 52,9% para 52,4% ao ano no período. No segmento de pessoa jurídica, recuou de 21,2% para 20,8%.
Cheque especial – Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, a taxa média de juros no cheque especial caiu de 130,4% em abril para 128,4% em maio. O juro médio do crédito pessoal cedeu de 42,3% para 41,8%. Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.
Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano). Os dados divulgados nesta quarta-feira mostram ainda que o juro médio para aquisição de veículos subiu 0,1 ponto percentual entre abril e maio, de 25,5% para 25,6%.
Habitação e veículos – O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física (PF) cresceu 1,1% em maio ante abril, totalizando R$ 1,085 trilhão. Em doze meses até maio, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 11,5%.
Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,6% em maio ante abril, para R$ 311,567 bilhões. Em doze meses até maio, a variação foi positiva em 16,7%. A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 27,9% ao ano em abril para 27,8% ao ano em maio. No quinto mês de 2023, estava em 32,2%.
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) foi de 21,9% ao ano para 21,8% na passagem de abril para maio. O percentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento. A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos teve alta entre abril e maio, passando de 4,5% para 4,6%, informou o Banco Central. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,5% para 5,6% de um mês para o outro.
No caso das empresas, contudo, passou de 3,3% para 3,2% no período. Já a inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) foi de 1,4% para 1,5% na passagem de abril para maio O dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência passou de 3,2% para 3,3% entre abril e maio.