Tribuna Ribeirão
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O primeiro papa não foi o mais certinho dos doze! 

Pe. Gilberto Kasper *
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No próximo sábado, dia 29 de junho celebraremos a Vigília e no dia 30 de junho, a Solenidade de São Pedro, o Primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. O primeiro Papa não foi o mais certinho dos doze; antes era teimoso; cheio de raiva agrediu Malco, decepando a orelha direita do solado que prendeu Jesus no Horto das Oliveiras; tentou desviar Jesus de sua grande missão, a de abraçar os sinais de vergonha, de escândalo e da loucura da Cruz por causa de nossas misérias; como também ficou assistindo de longe a paixão e morte do Senhor, que tanto disse defender e amar. Por isso nem sempre os parâmetros do Espírito Santo, para eleger alguém a algum serviço especial na Igreja de Jesus Cristo, são iguais aos parâmetros ou conceitos humanos. Nós, geralmente somos bem mais “duros” em nossos julgamentos, pensando-nos “deuses” sobre os outros, do que o próprio Deus e Senhor! Assim como Pedro, as pessoas percorrem um processo de conversão e precisam de nossa misericórdia, de nossa ajuda fraterna e principalmente de nosso amor!

Desde então, a Igreja nunca ficou órfã de Papa. O Pedro de nossos dias, eleito dia 13 de março de 2013 é Francisco, o Papa da Misericórdia e Ternura! Foi no dia do Papa daquele mesmo ano (29 de junho) que nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, recebeu sobre os ombros o Pálio, um colar de lã que o próprio Sucessor de Pedro entrega aos demais sucessores dos Apóstolos, que têm confiado uma Província Eclesiástica, uma Arquidiocese, como é a de Ribeirão Preto. Nossa Província é formada por nove Dioceses, onde cada Bispo é autônomo. Além da Sé Metropolitana de Ribeirão Preto, constituem nossa Província as Dioceses de Barretos, Catanduva, Franca, Jaboticabal, Jales, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto e Votuporanga. O serviço do Arcebispo é de confirmar as nove Dioceses na Unidade, Comunhão e na medida do possível numa Pastoral de Conjunto. O Arcebispo tem a tarefa de garantir a sinodalidade (o caminhar junto) como “Igreja em Saída” e sustentada pela “comunhão, participação e missão”, na Sub-região de Ribeirão Preto, do Regional Sul 1 da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, compreendido pelo Estado de São Paulo, do qual é no momento o Vice-Presidente!

Na verdade, o que celebramos na Solenidade de São Pedro e São Paulo não são os méritos destes apóstolos. O que celebramos é o Senhor mesmo que escolheu e enviou estes apóstolos, para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, inaugurado pelo mistério pascal de Cristo e assistido pelo dom do Espírito Santo.

São Pedro e São Paulo, ao lado de São João Batista e Santo Antônio, são santos muito estimados pelo nosso povo brasileiro; são alegremente festejados pela religiosidade popular deste país, compondo assim nossas tradicionais festas juninas. A tradição dos Santos Juninos é portuguesa e foi assumida pelos Índios e Escravos do Brasil, tornando-se uma das principais festas, especialmente no Sul e no Nordeste. Lá são celebrados por um mês inteiro.

No Dia do Papa que solenizamos no próximo final de semana, faz-se a Coleta do Óbolo de São Pedro. São as Comunidades Católicas Apostólicas Romanas do mundo inteiro que partilham de sua pobreza, sendo generosas e oferecendo, livremente, parte do que lhes pertence a quem tem menos. O Papa, por meio de sua assessoria, utiliza o resultado desta Coleta para socorrer, em nome da Igreja do mundo inteiro, nossos irmãos que sofrem dificuldades: as vítimas da fome (continuam passando fome diariamente no mundo, segundo a ONU 1 bilhão de pessoas); as vítimas de enchentes, tornados e guerras, essas sempre tão estúpidas. E desde o ano passado o Papa Francisco tem ajudado o quanto pode os Estados Brasileiros que têm sofrido tanto com as enchentes e desastres ecológicos e ambientais. Sem falar na expressiva ajuda que enviou ao Brasil e tantos outros Países mais pobres no enfrentamento de enfermidades e pesquisas para curas ainda longe de serem descobertas.

Enquanto o Vaticano envia auxílio aos nossos irmãos em situações de risco, é justamente nossa oferta que alivia as dores de tantos sofredores, pois o faz em nome de cada um e de todos que se sentem Católicos Apostólicos Romanos e vivem inseridos e comprometidos como tal. Agradecemos a generosidade de todos que pensam naqueles que têm menos do que nós. As Comunidades enviarão toda a coleta à Cúria Metropolitana, que fará chegar ao destino certo nossa participação consciente, fruto de nosso amor pela vida!

* Teólogo, reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres; pároco da Paróquia Santa Teresa D’Ávila, presidente do Fraterno Auxílio Cristão de Ribeirão Preto e jornalista

 

 

 

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