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Câmara concede título de cidadão ribeirão-pretano ao empresário Paulo Sérgio Frabrino Ribeiro

Título em reconhecimento à trajetória do empresário na cidade, foi proposto pelo vereador Alessandro Maraca, destacando seu entusiasmo pelas artes e manifestações culturais. Atualmente, o novo cidadão ribeirão-pretano é um dos maiores colecionadores do país e, na década de 70, ajudou a fundar os teatros Municipal e Arena (Divulgação)

A Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto entrega o título de cidadão ribeirão-pretano ao empresário Paulo Sérgio Fabrino Ribeiro, nesta sexta-feira (14), às 19h, no Plenário “Orlando Victaliano” da Câmara Municipal (Avenida Jerônimo Gonçalves, centro). A sessão solene é aberta a convidados e à população. A cerimônia terá apresentação do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e participação da solista Carla Barreto.

A proposição ao título foi feita em 11 de abril deste ano pelo vereador Alessandro Maraca, em reconhecimento à trajetória de Paulo Fabrino na cidade – sempre entusiasta das artes e das manifestações culturais. Ele, que se encantou pelo desenho ainda menino, mergulhou inicialmente nas nuances das telas das artes plásticas. Essa percepção o move até hoje numa travessia pelo mundo, sempre guiado por sua paixão pela cultura e pela vida, o que imprime uma marca e um olhar artístico em toda a sua trajetória.

Em Ribeirão Preto, não foi diferente. Paulo Fabrino estreitou um relacionamento afetivo com a cidade e criou um legado cultural que foi decisivo para o identificá-lo como um cidadão local. “Ser reconhecido como cidadão ribeirão-pretano é uma sensação surreal, pois vou ser definitivamente filho de Ribeirão. É uma mãe de verdade que eu ganho”, expressando sua alegria e emoção com o título. Para ele, este é um momento histórico e muito especial na sua vida, pois é um apaixonado pela cidade.

O empresário tem 80 anos, vive a arte, pela arte. Foi artista plástico, fortaleceu o teatro em Ribeirão Preto e, depois, quando entrou para o mercado corporativo, o fez entre passos artísticos. Os móveis que possui na renomada empresa Innovare Work têm movimento, beleza, funcionalidade: móvel-arte. Com os recursos do trabalho muito bem-sucedido, pôde se tornar colecionador. É atualmente um dos maiores colecionadores do país e reúne mais de 400 quadros de artistas nacionais. Paulo tem em sua coleção obras de nomes como Portinari, Tarsila e Alfredo Volpi. São os quadros de Odilla Mestriner, entretanto, que ocupam a sala de entrada do apartamento onde mora, em São Paulo. “A gente mostra primeiro a rainha! A única artista brasileira com sete bienais!”, conta.

No princípio, foi a arte. Ele se encantou pelo trabalho de Odilla Mestriner ao primeiro olhar. Passou a acompanhar a artista nas exposições, mesmo sem conhecê-la. Depois, já apresentados, veio a admiração pela história da mulher que, assim como ele, ignorou as tonalidades da mesmice e rompeu os estereótipos e pré-conceitos.

Entre as 420 obras da coleção que Paulo guarda, em parceria com o amigo e também colecionador Rogério Ruiz, há 175 só de Odilla. Sua admiração se transformou também em exposição, livro e semeou um filme, em processo de produção. “É a maior coleção monográfica do Brasil”, revela.

O novo título traz mais um laço entre Paulo Fabrino e a cidade de Ribeirão Preto que, neste mês de junho quando completa 168 anos, o reconhece como filho. Uma oficialização do que, em afetos, sempre pulsou para o empresário. “Minha alma já está nessa cidade que me trouxe uma bagagem para a vida afora”, relata.

Paulo Sérgio Fabrino Ribeiro é mineiro. Nasceu em Conceição da Aparecida em 1944. Seu pai era fazendeiro e sua mãe dividia a rotina como dona de casa e professora. “Ela tinha uma sensibilidade muito forte. Imagine ser professora naquela época?”. Tiveram seis filhos. Paulo foi o único a seguir pelas artes, entre as muitas preocupações do pai.

Quando ele ainda era pequeno, a família se mudou para Alfenas, para que os filhos pudessem estudar. Um pouco depois, quando Paulo tinha nove anos, os pais decidiram se mudar para Botucatu, interior de São Paulo. Não demorou para que o menino artista também encantasse o interior paulista com seus desenhos. “Aos 14 anos, eu já dava aulas de pintura para 100 pessoas”, recorda.

Paulo imaginou todo um futuro como professor de desenho. Em 1964, partiu para Ribeirão Preto em busca de formação na Escola de Artes Plásticas e, depois, na Escola Municipal de Belas Artes. Foi aluno de renomados artistas como Francisco Amêndola e Bassano Vaccarini. “A paixão pelas Artes Plásticas está nesse desejo de retratar o que eu vejo por meio do desenho, que depois passa pela pintura. É uma força que vem de dentro”, explica.

 

 

 

 

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