Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Nesta quarta-feira, 29 de maio, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. A cidade ultrapassou a barreira de 26.100 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya.
Já é o maior volume em oito anos, desde 2016, quando a dengue atingiu 35.043 pessoas. São 26.110 ocorrências em 2024 – além de 43.892 sob investigação –, 13.808 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 112,24% em cinco meses. Uma semana atrás, até 22 de maio, eram 23.639. Em sete dias, o Aedes aegypti fez mais 2.471 vítimas, aumento de 10,45%.
Na semana anterior, a alta havia sido de 9%, de 21.688 para 23.639, mais 1.951. Apesar do período de estiagem, o ritmo de avanço da doença não desacelerou e subiu em 15 dias. Em 15 de maio, a alta havia sido de 7,97%, de 20.087 para 21.688, mais 1.601 casos.
A população não pode baixar a guarda. Ribeirão Preto já registrou nove mortes em decorrência de dengue em 2024, duas em janeiro, cinco em fevereiro e duas em março, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Cinco casos fatais ainda estão sob investigação. Em cinco meses, a cidade já igualou o número de mortes no ano passado (nove).
Em menos de seis anos já são 32 óbitos. A média diária de casos neste ano é de 175 ocorrências, uma a cada oito minutos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e 28 de maio. São 295 notificações de casos suspeitos por dia, cerca de uma a cada cinco minutos.
São 1.537 casos em maio. Fechou abril com 6.857 casos confirmados, 229 por dia, um a cada seis minutos. Caiu 19,50% em relação aos 8.518 de março, 1.661 a menos. Encerrou fevereiro com 6.191 e janeiro com 3.007. Na comparação com abril de 2023, quando 3.603 pessoas pegaram dengue, a alta chega a 90,31%. São 3.254 a mais.
Em comparação com os 10.082 casos de dengue dos primeiros cinco meses do ano passado, já são 16.028 a mais em 2024, avanço de 158,98% em apenas 149 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.302 casos de dengue (dado revisado), 4.820 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,42%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 186.975 casos de dengue. Há 151 ocorrências de febre chikungunya em 2024, catorze importadas. No ano passado, foram 121, sendo 106 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.302 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.032 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.456 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.895 na Oeste, 2.115 na Norte, 1.924 na Sul e 1.462 na Central.
Neste ano, 9.232 têm entre 20 e 39, outras 6.218 estão na faixa dos 40 a 59 anos,4.420 estão entre 10 e 19 anos, 3.241 têm mais 60 anos, 1.964 são crianças de 5 a 9 anos, 852 têm entre 1 e 4 anos e 183 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 7.256 casos na Zona Leste, 6.243 na Norte, 5.797 na Oeste, 3.537 na Sul e 3.191 na Central, além de 86 ainda sem identificação de distrito.
Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. A maioria está em vasos, pneus e ralos. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis. São cerca de 95 toneladas em menos de cinco meses, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.302
2024 – 26.110 *
Total desde 2009: 186.975
* Até 28 de maio
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.