Edwaldo Arantes *
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Tive a felicidade e o privilégio de dirigir a Fundação Instituto do Livro, Entidade Pública de Direito Privado.
Durante a gestão desenvolvemos e implantamos muitas ações de incentivo ao livro, leitura e bibliotecas, além de fortes, objetivos tendo o livro como alicerce.
Realizamos muitos projetos, todos em parceria, Cafés Filosóficos, Ponto de Leitura, Histórias no Parque, Encontros com o Autor, Prosa de Saberes, Cinema e Literatura, Dança e Literatura, Esporte e Literatura, Editora do Instituto e a destacada parceria com a UBE – União Brasileira de escritores, sob a batuta do maestro das letras, mestre, jornalista, brilhante e talentoso escritor, Joaquim Maria Guimarães Botelho.
Guardo nas lembranças tudo que o poder do livro proporcionou-me, conhecer e conviver com escritores, professores, jornalistas, entidades literárias, presidentes de associações de bairros, sindicatos, a Sociedade Civil Organizada, com destaque para a Biblioteca Padre Euclides e a querida Fatú Antunes, uma gama de pessoas e instituições que fizeram das palavras o forte compromisso de disseminar em todas as classes sociais um caminho dignificante e compensador, plantando a semente do conhecimento.
A magia de sentir, virando cada página, assimilando histórias, fantasias, realidades, palavras e frases, alimentando o cérebro e a alma.
A existência do livro possui o poder de transformar e enriquecer a sociedade: “Os livros não mudam o mundo, mudam os homens, eles mudam o mundo”.
A experiência de páginas e páginas depositadas sobre o colo de uma criança, onde ela pode sonhar, por meio de ilustrações e palavras, viajar a todos os mundos, sem sair do lugar.
Fui guiado por importantes nomes e suas mãos mágicas, conheci os mais brilhantes e talentosos autores, que enriquecem o mundo do livro. Como dizia o bordão do amigo Galeno Amorim: “O Povo do Livro”.
Arrisco alguns nomes, abraçando efusivamente, inclusive os não citados, não pelo esquecimento, seriam necessárias muitas folhas para agregar a imensidão, rogo pelo perdão, agradecimento e saudade:
Pedro Bandeira, Fernando Morais, Marcelo Nocelli, Fernando Antunes Coimbra, Fábio Lucas, Mouzar Benedito, Frei Betto e, pelo destino: Lygia Fagundes Telles, Moacyr Scliar, Wally Salomão, Ziraldo, Zuenir Ventura.
Joaquim Maria Guimarães Botelho convidou-me para uma verdadeira epopéia, realizar em Ribeirão Preto O Congresso Brasileiro de Escritores da UBE, um sucesso árduo, histórico e único.
Contei sempre com nossa sólida e profunda amizade nos melhores e piores momentos, nunca negando minhas súplicas clamando por sua presença, solidariedade e apoio, protegendo-me dos sucessos e amparando-me pelos fracassos, consequências do existir.
Com Deonísio da Silva, tecendo a mesma trilha, unidos pela amizade e confiança, nossas caminhadas pelas madrugadas, em conversas e confidências divagando sobre política, literatura, economia e, é claro, os mistérios insondáveis da existência e dos sentimentos.
Nossas turnês, ao lado da Anna de Hollanda e do Henrique Dias, em encontros literários onde fui ungido pela riqueza da sua sabedoria, talento e cultura.
Levi Bucalem Ferrari e Audálio Dantas, guardo lembranças profundas das demonstrações de carinho e dos momentos passados juntos, em um turbilhão de união, acontecimentos e histórias marcantes.
O livro nos leva aos sonhos, mistérios e descobertas, acalentando e convivendo com nossos mais íntimos segredos.
A mais importante ponte para a inclusão, libertação e a formação da verdadeira cidadania.
Com ele, abrimos os olhos e a mente, adquirimos o poder da escolha, da opinião, eliminando o escuro e a escravidão do desconhecimento.
A Ignorância dissipando-se, tornando claro, límpido e gratificante a verdadeira liberdade. Usufruindo com júbilo e gratidão, o saber recebido, glorificado e agradecido por não viver mais nas trevas.
Seguem algumas reflexões:
“Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante”. Clarice Lispector.
“Quando eu era criança, adolescente, os livros salvaram-me do desespero, convencendo-me que a cultura era o mais alto dos valores”. Simone de Beauvoir.
“Os livros são espelhos da alma”. Virgínia Wolff.
“Caminhais em direção à solidão. Eu, não, tenho os livros”! Marguerite Duras.
“Uma casa sem livros é um corpo sem alma”. Cícero.
“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. Jorge Luis Borges.
* Agente cultural