Até o fechamento desta matéria, no dia 10 de maio, o Rio Grande do Sul contabilizava quase 70 mil (69.617) pessoas acolhidas temporariamente em abrigos, porque foram forçadas a sair de suas residências devido às fortes chuvas que caem no estado desde 29 de abril. Os números são assustadores: 337.116 pessoas estavam desalojadas em todo o estado. Além disso, o número de municípios gaúchos afetados pelos temporais chegava, na sexta-feira, a 435, o que representa 87,5% do total do estado (497).
Ao todo, 17,6% população total do estado, ou 1,916 milhão de pessoas foram afetadas direta ou indiretamente pelos eventos climáticos, de um total de 10,88 milhões de habitantes do Rio Grande do Sul, conforme Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até sexta-feira, 113 vítimas fatais foram confirmadas.
Imagens em vídeos e fotos circulam pelas redes sociais e sites mostrando o desespero das pessoas e a solidariedade de grande parte do povo brasileiro.
Muitas pessoas deixaram suas casas e foram prestar socorro com equipamentos e experiência. Uma delas é o ribeirão-pretano Rodrigo Araujo, coronel da reserva da Polícia Militar, que dedicou sua carreira ao Corpo de Bombeiros. E ele não foi só. Outros companheiros de reserva deixaram suas casas e foram ao Sul do país ajudar.
“Estamos com uma equipe de nove bombeiros e policiais militares da reserva do estado de São Paulo em missão de apoio de salvamento às vítimas no Rio Grande do Sul”, conta Rodrigo. Durante nossa conversa, na sexta-feira, a equipe estava em deslocamento de São Leopoldo para Pelotas e posteriormente Rio Grande. “É uma região que o nível das águas está subindo muito rápido”, explica o coronel.
E a ajuda é necessária. Além da experiência militar, Rodrigo esclarece que todos da equipe são especialistas em salvamento aquático e condução de embarcações de salvamento.
Rodrigo diz que a motivação é natural. “O objetivo sempre de manter o espírito de bombeiro é simplesmente ajudar”, comenta.
Sobre as dificuldades encontradas, o militar relata que são inúmeras. “Desde a falta de água e energia para suporte até para as condições mínimas para manter equipe saudável. Estamos com equipe leve e rápida, com isso conseguimos nos deslocar com maior facilidade, mas estradas estão severamente comprometidas, balsa para travessia próximo à Rio Grande parou devido à grande correnteza. Ainda estamos em fase emergencial, buscando vítimas”.
O coronel da reserva, que trabalhou 15 anos no Grupamento e Ribeirão Preto e encerrou sua carreira em Piracicaba, finaliza contando ainda que a população local está com grande mobilização e realizando ajuda mútua. “Cada um naquilo que consegue oferecer”.