Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Nesta quinta-feira, 2 de maio, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano. A cidade ultrapassou a barreira de 18.000 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya.
Já são 18.850 ocorrências, além de 32.923 sob investigação. São 6.547 a mais que as 12.303 de 2023 inteiro, aumento de 53,21% em quatro meses. Uma semana atrás eram 16.640. Em sete dias, o Aedes aegypti fez mais 2.210 vítimas, aumento de 13,28%. Na anterior, a alta havia sido de 15,54%, de 14.402 para 16.640 e mais 4.336 casos.
A população não pode baixar a guarda. Seis mortes já foram confirmadas este ano, duas em janeiro, três em fevereiro e uma em março. Outros quatro óbitos estão sob investigação. Foram nove no ano passado – três em março, duas em abril, duas em maio, uma em junho e uma em dezembro. Em menos de seis anos já são 29 vítimas fatais da doença.
A média diária de casos neste ano é de 156 ocorrências, cerca de uma a cada dez minutos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e 30 de abril. São 272 notificações de casos suspeitos por dia, cerca de uma a cada cinco minutos.
Fechou abril com 2.240 casos confirmados, 75 por dia, um a cada 20 minutos. Caiu 70,44% em relação aos 7.579 de março, 5.339 a menos. Encerrou fevereiro com 6.028 e janeiro com 3.003. Na comparação com abril de 2023, quando 3.603 pessoas pegaram dengue, a queda chega a 37,83%. São 1.363 a mais.
Em comparação com os 7.371 casos de dengue do primeiro quadrimestre do ano passado, já são 11.479 a mais, avanço de 155,73% em apenas 121 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
O índice predial de infestação larvária no início do ano era de 12%. Significa que a cada 100 casas visitadas em Ribeirão Preto, em doze foram encontrados criadouros do Aedes aegypti. Mais: em cada criadouro havia cerca de 300 larvas, em média. A maioria está em vasos, pneus e ralos.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.304 casos de dengue (dado revisado), 4.822 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,45%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 179.716 casos de dengue. Há 100 ocorrências de febre chikungunya em 2024, doze importadas. No ano passado, foram 121, sendo 106 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.303 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.034 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.455 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 321 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.896 na Oeste, 2.116 na Norte, 1.924 na Sul e 1.461 na Central.
Neste ano, 6.624 pessoas têm entre 20 e 39, outras 4.506 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 3.223 estão entre 10 e 19 anos, 2.275 têm mais 60 anos, 1.441 são crianças de 5 a 9 anos, 640 têm entre 1 e 4 anos e 141 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 5.006 casos na Zona Leste, 4.561 na Norte, 3.954 na Oeste, 2.777 na Sul e 2.314 na Central, além de 238 ainda sem identificação de distrito.
São Paulo já decretou emergência para a dengue. A decisão ocorreu após o estado atingir a marca de 300 casos por 100 mil habitantes. Soma 465 mortes e 815.396 casos. Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis.
Foram cinco mil pneus. Em janeiro de 2024, a coleta chegou a 17 toneladas, além de mais de 27 toneladas em quatro eventos de fevereiro e 16 toneladas em março, totalizando mais de 74 toneladas em menos de quatro meses, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.303
2024 – 18.850 *
Total desde 2009: 179.716
* Até 30 de abril
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.