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Mãe doa rim ao filho de 9 anos 

HC realizou primeiro transplante entre vivos desde a pandemia: mãe de 42 anos doou um rim para seu filho de nove anos  (Divulgação)

Na última segunda-feira, 22 de abril, após um hiato de três anos, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) realizou o primeiro transplante entre vivos depois da pandemia de coronavírus. Uma mãe de 42 anos doou um rim para seu filho de nove anos marcando este momento como um ato profundamente comovente de amor e dedicação.  
 
Esta cirurgia não apenas simboliza um gesto de amor incondicional, mas também a culminação de um extenso período de preparação e avaliações rigorosas, garantindo que ambos, a mãe Fratiane Ferreira Dias e seu filho Marcos Taylor Ferreira Dias, estivessem aptos para o procedimento após a confirmação da compatibilidade.  
 
Trato uirnário   menino nasceu com uma doença renal crônica, descoberta ainda na gravidez, uma má formação do trato urinário. O transplante foi possível graças ao empenho e à dedicação de uma equipe multidisciplinar, incluindo especialistas das áreas de transplante renal, urologia pediátrica, nefrologia de transplante renal, nefrologia pediátrica e anestesiologia.  
 
Dois centros cirúrgicos foram reservados para o transplante. Os profissionais trabalharam em estreita colaboração, demonstrando não apenas um elevado nível de expertise técnica, mas também um compromisso excepcional com o cuidado ao paciente, assegurando que todas as etapas do processo fossem conduzidas com o máximo de eficiência e segurança. 
 
Equipe – A equipe do Hospital das Clinicas que participou de todo o procedimento envolve os médicos urologista Carlos Molina e Silvio Tucci, as nefrologistas de adultos Elen Romão e Tabata Nascimento e o nefrologia infantil Ivan Machado, que acompanhou toda a evolução de Marquinhos.  
 
Nesta quarta-feira (24), eles participaram de entrevista coletiva no HC. “A creatinina dele voltou ao normal de um dia para o outro”, disse o urologista Carlos Molina, membro da equipe responsável pelo transplante, ao falar sobre a substância essencial para o desempenho renal. 
 
Quando eu tive a surpresa de ser compatível, fiquei muito feliz. E aí o doutor Ivan me acalentou, me acalmou e me disse vamos fazer de tudo para dar certo’”, disse a mãe. “Fiquei muito feliz e honrada como mãe, não sou melhor que ninguém, me senti lisonjeada por ser compatível e poder ajudar meu filho, era com isso que sonhava desde que soubemos do problema renal do Marquinhos. Agradeço a Deus por essa honra”, ressaltou, emocionada, .  
 
“Ao contrário dos adultos, que apresentam problemas renais por causa de hipertensão arterial e diabetes, em crianças geralmente ocorre à má formação do órgão. Ele iniciou o tratamento ainda precoce, evoluiu bem, não precisou de diálise até o rim passar a funcionar com 15% de capacidade. A partir daí, ou faz diálise ou transplante, como é o caso dele”, explicou Ivan Machado. 
 
Além de falar sobre o período da pandemia, quando os transplantes entre vivos foram suspensos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a equipe médica também pediu às pessoas que consideram a doação de órgãos um ato de amor e solidariedade que procurem informações sobre o procedimento.  
 
Alta – Marcos Taylor Dias continua internado no HC Criança e, além da equipe médica, recebe visitas dos pais, a mãe Fratiane Dias e o pai Flávio Dias. Ivan Machado acompanha o dia a dia do menino recém-transplantado. A expectativa da equipe médica agora é pela alta da criança, que deve ocorrer em até 14 dias. 
 
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a pandemia de covid-19 impactou a realização de transplantes no Brasil. Em 2021, o índice de transplante renal de 22,4 pmp (número de transplantes por milhão de pessoas) ficou 26% abaixo da taxa anterior à pandemia.  
 
Quando os rins param de funcionar, o paciente deve se submeter a sessões de hemodiálise, cuja periodicidade pode variar de duas a sete vezes por semana, dependendo do caso do paciente. Cada sessão pode durar de três a cinco horas. 
 
De acordo com a SBU, para uma melhor qualidade de vida, o transplante renal pode ser indicado em muitos casos. A insuficiência renal pode ocorrer devido a problemas como diabetes, pressão alta, inflamação nos vasos que filtram o sangue, doença renal policística, doença autoimune e obstrução do trato urinário, entre outros. 
 
Na segunda quinta-feira do mês de março é celebrado o Dia Mundial do Rim. De acordo com o United States Renal Data System (USRDS), no mundo, estima-se que 15% da população tenha algum grau de doença renal, desde o estágio inicial até o nível cinco, o mais grave, quando é recomendado o transplante.  
 
Entender os cuidados para a saúde dos rins é essencial para o bom funcionamento corporal e para evitar complicações da doença, que podem levar à morte. O rim é o responsável por filtrar o sangue, eliminar resíduos tóxicos, além de fazer o controle da pressão e do metabolismo.  
 
A doença renal é silenciosa e raramente apresenta sintomas. Por isso a importância do diagnóstico precoce é inquestionável. Um simples exame de sangue, para verificar a creatinina, e de urina são suficientes. Hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca estão entre as principais causas de doenças renais crônicas no mundo. 
 

Esposa doou rim ao marido 
José e Meire Vieira, de 65 e 46 anos, respectivamente, são casados há 14 anos. Em 2018, ele começou a fazer hemodiálise e entrou na fila do transplante de rim. A esposa insistia em fazer exame para avaliar a compatibilidade, mas o marido negava.  
 
Acabou cedendo em 2019 e constatou que a esposa era 90% compatível. Então, veio a pandemia e eles pararam com todos os procedimentos em 2020,  retomando as avaliações em 2022 com novos exames. O transplante de rim ocorreu em outubro de 2022.   
 
José Vieira ainda faz acompanhamento a cada três meses. O último retorno ao médico ocorreu nesta quarta-feira, com ótimos resultados. Tanto ele quanto a esposa levam uma vida normal. O casal acha que é muito importante a divulgação do caso deles para incentivar doadores em vida. 
 
 

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