A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve no encerramento da 86ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), nesta sexta-feira, 19 de abril, em Ribeirão Preto. Ela participou de um debate sobre o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti e a situação da dengue no país, que bateu os recordes de casos e óbitos registrados em decorrência da doença.
A importância das ações realizadas de forma conjunta entre municípios e governo federal foi destacada pela ministra. “As ações de vigilância que tiveram início do ano passado, até a questão difícil da vacina, são importantes como ação que nos aponta caminhos de médio e longo prazo. Temos um alerta e precisamos pensar grande nessa questão e trabalhar no dia a dia”, disse.
“Está em discussão o número de produção da vacina da dengue. Vamos trabalhar até que seja a maior produção possível. Estamos estudando o que pode ser feito para a maior produção. Essa é uma prioridade do Ministério da Saúde, a prioridade de proteger a população”, explicou Nísia Trindade.
Nísia disse que a ampliação da oferta da vacina à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) depende da produção do laboratório. “Nós já sabíamos que o laboratório produz um número limitado de doses nesse momento. Está na pauta para ampliação desse número de vacinas, mas também adquirimos, o Ministério da Saúde e o SUS, todo o estoque dessa vacina”, disse.
“Então é uma limitação do fabricante. Lembrando que, nesse momento, a vacina que tem duas doses em três meses de intervalo vai ser importante para a proteção das pessoas, mas não é a resposta para a emergência nesse momento.” ,
Ainda sobre o tema, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), pediu à ministra mais doses da vacina contra a dengue. A cidade recebeu cerca de onze mil cargas, mas o tucano diz que o montante não me sufiente para ampliar o público campanha e atingir outras faixas etáriaso.
O Ministério da Saúde ampliou o público-alvo de vacinação contra a dengue para evitar perdas de estoques de vacinas que estão próximas do vencimento. Doses com validade até 30 de abril poderão ser aplicadas, preferencialmente, em crianças e adolescente de 6 a 16 anos.
A critério dos gestores municipais, a imunização poderá ser estendida a pessoas de 4 a 59 anos, que é limite etário especificado na bula da vacina Qdenga – do laboratório japonês Takeda –, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde informa que “o município de Ribeirão Preto não possui esses lotes. Portanto, manterá a vacinação para as faixas etárias de 10 a 14 anos.” A vacina contra a dengue está disponível em 35 postos da cidade sem necessidade de agendamento.
Nísia Trindade disse que o ministério trabalha de forma intensa junto à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no intuito de ampliar a produção de doses contra a dengue. O governo brasileiro negocia com o laboratório japonês Takeda, responsável pelo imunizante, uma transferência de tecnologia para que o número de doses distribuídas no país e, consequentemente, o público-alvo, possam ser ampliados.
A ministra avaliou a vacina contra a dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan como promissora. Nísia Trindade destacou o fato de o imunizante ser aplicado em dose única, enquanto o da Takeda precisa de duas doses com intervalo de três meses entre elas, mas lembrou que a vacina brasileira só deve ser submetida à análise da Anvisa em setembro deste ano.
Na tarde de quinta-feira (18), a reunião da FNP contou com a presença de Esther Dweck, ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que debateu sobre o Programa Imóvel da Gente, lançado no mês de fevereiro.
A iniciativa visa alcançar imóveis públicos sem destinação definida ou subutilizados para habitação de interesse social, regularização fundiária e múltiplos usos. O debate tem como objetivo destacar o papel dos municípios na democratização dos imóveis da União para fins de interesse social, indicando os caminhos para viabilizar a participação das cidades no programa.
Também contribuíram com a pauta Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju (SE) e presidente da FNP; Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa (PB): Dilador Borges, prefeito de Araçatuba (SP); Kayo Amado, prefeito de São Vicente (SP); e Dário Saadi, prefeito de Campinas (SP).
O ministro de Relações Institucionais do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Alexandre Padilha, deveria ter participado do evento nesta sexta-feira, mas cancelou sua participação em cima da hora devido à reunião emergencial com o presidente, em Brasília.
Nogueira vice da FNP – O prefeito Duarte Nogueira foi eleito, nesta sexta-feira, durante a 86⁰ Reunião Geral, vice-presidente Nacional da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Ele assumirá o cargo no lugar do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). A prefeita de Palmas (TO), Cinthia Ribeiro (PSDB), foi eleita segunda vice-presidente e o Axel Grael (PDT), de Niterói (RJ), o terceiro vice.