No final de janeiro de 2024, o helicóptero Ingenuity da NASA concluiu sua missão histórica em Marte, superando expectativas e abrindo caminho para futuras explorações interplanetárias.
Concebido inicialmente para realizar apenas cinco voos experimentais em 30 dias, o Ingenuity desafiou todas as probabilidades, realizando 72 voos ao longo de três anos. De acordo com os registros da missão, o helicóptero voou por quase 129 minutos, cobrindo cerca de 17,7 km de superfície marciana.
O sucesso do Ingenuity traz boas perspectiva para o futuro
O êxito do Ingenuity pode ser atribuído a uma série de inovações tecnológicas que lhe permitiram operar em um ambiente tão hostil como o de Marte. A começar pela sua estrutura leve e resistente, composta por rotores de fibra de carbono e baterias alimentadas por energia solar, que garantiram sua durabilidade em condições extremas de temperatura, poeira e radiação. As lições aprendidas com essa missão pioneira serão cruciais para o desenvolvimento de futuros drones e helicópteros interplanetários.
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As pás do rotor, feitas de um material composto à base de poliimida, foram especialmente projetadas para girar à velocidades muito mais altas do que as necessárias na Terra, compensando a atmosfera rarefeita de Marte. O Ingenuity incorporou um sistema de navegação autônomo, crucial para operar em um local com um atraso de comunicação de até 20 minutos entre a Terra e Marte.
Utilizando câmeras e um radar a laser, o Ingenuity era capaz de mapear seu entorno, identificar obstáculos e tomar decisões de voo em tempo real, sem a necessidade de comandos diretos da Terra. Essa autonomia foi essencial para realizar voos complexos e explorar áreas inacessíveis para o rover Perseverance (onde o pequeno helicóptero ficava acoplado).
Muitos pensariam que as tecnologias remotas que temos na Terra, como operar drones à distância ou transmitir ao vivo várias experiências em nossos dispositivos, nos permitiriam fazer o mesmo com o Ingenuity. A tecnologia permite que os usuários desfrutem de diversos meios de entretenimento como streamings de filmes e séries apenas com acesso à um smartphone com internet. E alguns aparelhos permitem que seja possível desfrutar de visões ainda mais reais, com a possibilidade de transmissões em 3D. Há uma profundidade e proximidade que permitem que o espectador se sinta mais próximo do cenário, como se estivesse fazendo parte do contexto.
Ao contrário da operação de drones na Terra onde o controle remoto é instantâneo, a operação do Ingenuity tinha um processo complexo e desafiador. A equipe da NASA precisava levar em consideração o atraso de comunicação, planejar cada voo com antecedência e enviar comandos que o helicóptero executaria autonomamente.
Embora as tecnologias remotas existentes na Terra sejam avançadas, a distância entre a Terra e Marte impõe desafios únicos. A cada voo bem-sucedido, a Ingenuity nos permite um aprimoramento nos modelos de voo na atmosfera marciana, cuja densidade é apenas 1% da terrestre. O pequeno Ingenuity deixou um verdadeiro legado em Marte.
A evolução da ciência anda junto com a evolução digital
O Ingenuity serve como um exemplo inspirador da capacidade humana de superar desafios e alcançar feitos que no passado pareciam quase impossíveis.
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Podemos pensar que há alguns anos, não era imaginável transmissões em tempo real de programas de televisão, onde víamos um repórter do outro lado do mundo. Hoje isso é algo totalmente natural e podemos fazer até mesmo ligações em vídeo com amigos que estão á milhares de quilômetros de distância.
O Ingenuity tinha um pequeno atraso de comunicação com a NASA, mas com o avanço tecnológico que estamos vivendo, é de se imaginar que daqui algum tempo, essa comunicação possa existir também em tempo real, assim como já fazemos aqui na Terra com nossos smartphones.