Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Nesta quarta-feira, 17 de abril, a Secretaria Municipal da Saúde atualizou os dados de casos confirmados este ano e a tendência é ultrapassar a barreira de 15.000. Já são 14.402 ocorrências, além de 27.209 sob investigação. São 2.097 a mais que as 12.305 de 2023 inteiro, aumento de 17,04% em menos de quatro meses
Uma semana atrás eram 12.990. Em sete dias, o Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya – fez mais 1.412 vítimas, aumento de 10,87%. Na semana anterior, a alta havia sido de 17,08%, de 11.095 para 12.990 e mais 1.895 ocorrências.
A população não pode baixar a guarda. Seis mortes já foram confirmadas este ano, duas em janeiro, três em fevereiro e uma em março. Foram nove no ano passado – três em março, duas em abril, duas em maio, uma em junho e uma em dezembro. Em menos de seis anos já são 29 óbitos.
A média diária de casos neste ano é de 140 ocorrências, uma a cada dez minutos, aproximadamente. Os dados são do período entre 1º de janeiro e 15 de abril. São 264 notificações de casos suspeitos por dia, cerca de uma a cada seis minutos.
Abril já tem 663 confirmados. Março soma 4.783 pacientes infectados, quase 154 por dia, um a cada nove minutos, 1.171 a menos que os 5.954 casos de fevereiro, recuo de 19,67%. Na comparação com março de 2023, quando 2.481 pessoas pegaram dengue, o aumento chega a 92,79%. São 2.302 a mais.
Em janeiro deste ano foram registrados 3.002. Em relação aos 7.372 do primeiro quadrimestre do ano passado, já são 7.030 a mais, avanço de 95,36% em apenas 103 dias de 2024. Os dados são atualizados semanalmente, com possibilidade de alterações pontuais
O índice predial de infestação larvária no início do ano era de 12%. Significa que a cada 100 casas visitadas em Ribeirão Preto, em doze foram encontrados criadouros do Aedes aegypti. Mais: em cada criadouro havia cerca de 300 larvas, em média. A maioria está em vasos, pneus e ralos.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 12.305 casos de dengue (dado revisado), 4.823 a mais que os 7.482 do período anterior, crescimento de 64,46%. A média diária em 2023 ficou em 34. Em pouco mais de 14 anos, a cidade já registrou 175.270 casos de dengue. Há 79 ocorrências de febre chikungunya em 2024, nove importadas. No ano passado, foram 120, sendo 105 autóctones.
Faixa etária – No ano passado, das 12.305 vítimas, 4.454 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.035 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.029 estão entre 10 e 19 anos, 1.455 têm mais 60 anos, 949 são crianças de 5 a 9 anos, 322 têm entre 1 e 4 anos e 61 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.906 casos na Zona Leste, 2.898 na Oeste, 2.116 na Norte, 1.924 na Sul e 1.461 na Central.
Neste ano, 5.039 pessoas têm entre 20 e 39, outras 3.407 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 2.494 estão entre 10 e 19 anos, 1.732 têm mais 60 anos, 1.118 são crianças de 5 a 9 anos, 502 têm entre 1 e 4 anos e 110 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 4.011 casos na Zona Leste, 3.598 na Norte, 2.539 na Oeste, 2.248 na Sul e 1.746 na Central, além de 260 ainda sem identificação de distrito.
São Paulo já decretou emergência para a dengue. A decisão ocorreu após o estado atingir a marca de 300 casos por 100 mil habitantes. Entre 70% e 80% criadouros do mosquito estão dentro das casas. Somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis.
Foram cinco mil pneus. Em janeiro de 2024, a coleta chegou a 17 toneladas, além de mais de 27 toneladas em quatro eventos de fevereiro e 16 toneladas em março, totalizando mais de 74 toneladas em menos de quatro meses, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700
2010 – 29.637
2011 – 23.384
2012 – 317
2013 – 13.179
2014 – 398
2015 – 4.419
2016 – 35.043
2017 – 248
2018 – 270
2019 – 14.520
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 12.305
2024 – 14.402 *
Total desde 2009: 175.270
* Até 15 de abril
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.